Fig. 1: Mudança de Direção (CoD)
Chegamos ao último assunto nessa série sobre corrida em alta velocidade (sprint) no futebol. Hoje falaremos sobre os requisitos de força para a mudança de direção (CoD).
Em termos de parada e aceleração, velocidade e agilidade multidirecionais requerem força reativa, que é a capacidade de absorver rapidamente uma carga excêntrica e mudar de direção para estender a perna e acelerar. A força inadequada das pernas e do pilar (muitos chamam de core) limitará a qualidade do movimento. A falta de força nas pernas afetará significativamente a capacidade de treinar; portanto, a força das pernas deve ser desenvolvida com o trabalho de agilidade (footwork). As forças envolvidas em vários planos de movimento também exigem uma abordagem menos tradicional para o desenvolvimento de forças nas pernas para que ela seja transferida para as habilidades de movimento. A força da perna deve ser unilateral (conforme a Terceira Lei de Newton - Ação e Reação). A baixa força do pilar também afetará negativamente a postura, o que, por sua vez, afetará o controle do centro de gravidade (GAMBETA, 2007).
A força básica é um pré-requisito para a produção e redução da força. A força excêntrica, o principal requisito para parar de forma eficaz, é a capacidade de reduzir a força até nove (9) vezes o peso corporal e a capacidade de mudar de direção (CoD). Também requer uma tremenda estabilidade e controle das articulações. A força deve ser produzida e reduzida em prazos extremamente curtos; portanto, o prêmio é sobre a taxa de desenvolvimento de força. Tudo isso deve ser feito em décimos de segundos em uma variedade de superfícies. É desenvolvido através de exercícios que aumentem a força unilateral e recíproca das pernas (GAMBETA, 2007).
A abordagem tradicional desenvolve força através da repetição do movimento. Na teoria, à medida que os atletas ficam mais fortes, o movimento melhora, mas na verdade não funciona assim. Os maus hábitos e padrões que se desenvolvem devido à falta de força resultam numa mecânica de movimento ruim, que é então arraigada. Lembre-se que é muito mais fácil aprender um novo movimento do que quebrar maus hábitos e reaprender um movimento. Assim embora os atletas estejam treinando o exercício, a transferência é negativa, repetições incorretas podem levar à aquisição de padrões de movimentos defeituosos que impedem ainda mais a formação de habilidades corretas. Uma abordagem mais racional exige o domínio das habilidades de movimento fundamentais e pré-requisitos que estão dentro das capacidades de força do atleta. À medida que a força aumenta através de um programa sistemático (com progressões e regressões), a complexidade dos movimentos pode avançar em conjunto com ganhos de força e potência (GAMBETA, 2007).
Com atletas mais jovens essa é uma grande oportunidade devido à grande janela de adaptação aberta aos atletas em desenvolvimento.
Boa semana!
Referência
GAMBETA, Vern. Athletic Development. The art & science of functional sports conditioning. Human Kinetics, 2007.