No início do ano de 2009, tive há oportunidade de conhecer um profissional altamente capacitado. O professor Michel Huff, com quem tive há oportunidade de estagiar. E dentre nossas muitas conversas (sobre as metodologias de treinamento) uma era unânime, há de José Mourinho. O professor Michel Huff, me indicou algumas bibliografias (fora do contexto convencional) e, estas eu estou conseguindo graças a outro amigo que está fazendo Doutorado em Portugal, meu amigo Silvio Costa Sampaio. Graças a esses dois amigos e as leituras baseadas na metodologia de treinamento usada por José Mourinho, estou me tornando um profissional mais crítico do que a maioria.
Agora relatarei algumas palavras de José Mourinho referente a pré-temporada (lembrando que, daqui há alguns dias começa a pré-temporada na Europa e aqui no Brasil os clubes estão na inter-temporada). Vejamos o que pensa Mourinho:
"Quando vejo referências as pré-temporadas de nossas equipes e me mostram imagens dos atletas correndo, trabalhando em espaços que não são o campo de futebol, desde a praia ao campo de golfe, me coloco a pensar que estes são métodos superados, para não dizer arcaicos."
"A forma não é física. A forma é muito mais que isso. O físico é o menos importante na globalidade da forma desportiva."
"Não sei onde começa o físico e acaba o psicológico ou o tático. Para mim, o futebol é globalidade, e o jogador também e assim não consigo fazer a divisão."
"Eu não trabalho o físico. E quando dissem que o Porto está muito bem preparado fisicamente, refuto isso totalmente. O Porto utiliza uma metodologia que rompe com todos os conceitos tradicionais do treinamento analítico."
"Não creio, no futebol de hoje, em equipes que estão bem fisicamente e outras mal. [...] Há equipes adaptadas, ou não, a forma de jogar de seu treinador. O que nós buscamos é que a equipe consiga se adaptar ao tipo de esforço que nossa forma de jogar exige."
"Hoje, em minha metodologia, não há espaço para o preparador físico tradicional."
E aqui no Brasil parece que está metodologia está angariando adeptos, vejamos o que o professor Élio Carravetta, coordenador da preparação física do S.C. Internacional relatou essa semana (25/06/2010) em entrevista ao sitio Universidade do Futebol:
"É até uma declaração forte, mas a preparação física como grande parte da sociedade pensa simplismente não existe. No futebol, ao contrário, o que se busca é o equilíbrio das qualidades físicas para melhorar o desempenho individual através de treinamentos técnicos, táticos, estratégicos e relacionais, e tudo isso pensando no rendimento coletivo das equipes."
Lembrando que Mourinho também fala que essa divisão cartesiana não existe. O que existe é o Modelo de Jogo, e os treinamentos têm que priorizar isso desde o primeiro dia da temporada. E sabe também que só o subordinar de todo o processo de treinamento e da supradimensão tática, isto é, a vivência/aquisição hierarquizada de seus princípios de jogo, o permite mobilizar a subdimensão física na singularidade que o seu jogar requisita.
mto bom seu site. sou um jovem treinador na australia, vim de portugal a 2 anos. a mentalidade aqui em australia e de correr na pre temporada, modelo arcaico de pre temporada. No entanto eu ainda estou a aprender, gostaria de saber como montas um exercicio com carga fisica dentro do modelo de jogo que queres jogar
ResponderExcluirEmanuel, tens um perfil no facebook? Tenho curiosidades sobre Austrália.
ExcluirForte abraço e sucesso sempre.
Olá Emanuel! Todos os exercícios postados aqui tem carga física e podem ser usados para a melhora da preparação física, desde que efetuados com qualidade e estão aplicados para a plataforma tática 1-4-2-3-1.
ResponderExcluirAbraço.
eu jogo com 4-1-2-3, portanto vou adptar os exercicios para este sistema. aumentanto a area de treino sera uma boa ideia para melhor a parte fisica?
ResponderExcluirBom dia Emanuel! O que vc não precisa levar em consideração é a velha máxima de volume x intensidade. Na Periodização Tática, vc pode até reduzir os espaços e realizar trabalhos de 4:2, 4:1, 3:1, 6:2, 7:2, etc. que estará trabalhando a parte física dos seus atletas, o que importa mesmo é a SUPRADIMENSÃO TÁTICA e a concentração que seus atletas colocam no trabalho. Isso é o mais difícil, pois a fadiga mental é mais perigosa que a física. Assim, entram os princípios de alternância horizontal em específicidade, progressão complexa e propensões. Fazer essa articulação entre eles e a redução sem empobrecimento é o que tem de diferente na metodologia de Mourinho.
ResponderExcluirQuanto a min o importante é criar exercícios tanto em espaços reduzidos e amplos sempre voltado para o modelo de jogo adotado
ResponderExcluirObrigado pela lembrança! Sucesso Juca! ficou muito bom o blog. Estou à espera da nova lista de livros! :) Abraços à todos aí!
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