Abordagem de Ensino Baseada no Jogo

segunda-feira, 26 de julho de 2010

INOVAÇÃO ESPANHOLA


A Seleção Espanhola sub-19 vem encantando no Campeonato Europeu da categoria. O menino Ezequiel Calvente inovou em sua cobrança de pênalti contra a Itália.

A Fúria mostra que está muito bem em suas divisões de base e conta inclusive com atleta brasileiro, o filho do tetracampeão mundial Mazinho, Thiago Alcántara é o principal nome do time sub-19 da Espanha, que faz grande campanha no Campeonato Europeu da categoria, o habilidoso meia do Barcelona (ESP), apesar de ter nascido na Itália, está na Espanha desde os 13 anos, mas segundo o seu pai (Mazinho) possui cidadania brasileira e quer jogar pelo Brasil. Pois só atuou (por enquanto) nas seleções de Base da Espanha, sendo assim, poderá atuar pela seleção principal brasileira, se for convocado. Senão, será mais um talento arrebatado pelos países além mar!  

sábado, 24 de julho de 2010

JOGO DE POSSE E CIRCULAÇÃO DE BOLA


Princípio: Posse e Circulação de Bola

Sub-Princípio: Equilíbrio Posicional

Objetivo: Velocidade Coletiva

Tempos: 8X1'30"                 Recuperação: 40"

Adaptação Biológica: Velocidade Específica

Dimensão: 1/2 campo

Materiais: Discos, coletes e bolas

Descrição

Número de jogadores: 11 (7:4)

Jogo situacional 7:4. Os jogadores dispostos taticamente num 4:3, onde os dois zagueiros centrais estarão abertos na região central, mais os dois laterais (direito e esquerdo) bem abertos em suas alas. Mais há frente, estarão posicionados os três atacantes, um bem aberto na direita, outro mais centralizado e o terceiro aberto na esquerda. Na região intermediária central estarão quatro defensores que, tentarão recuperar a posse de bola um de cada vez. Assim a equipe de posse de bola terá que circular a bola rapidamente entre todos os jogadores dispostos geometricamente no terreno de jogo o mais rápido possível.

 

sábado, 17 de julho de 2010

USAR BEM A AMPLITUDE E PROFUNDIDADE DO CAMPO RESULTA EM GOL


Este é um fenômeno dos mais interessantes no futebol. Pois, num espaço tão amplo, como o de um campo de jogo, a equipe bem treinada tem de se valer do recurso de saber usar a amplitude e profundidade do campo, não permitindo deixar grandes espaços vagos entre os jogadores (tanto em posse de bola como sem ela). Mas hoje, falarei apenas em posse de bola. 

O que eu chamo de amplitude é a largura do campo (horizontal), uma equipe bem organizada posicionalmente no espaço de jogo, terá uma posse de bola de forma equilibrada e seus jogadores estarão dispostos geométricamente em campo para receber essa bola em condições ideais de jogo (ocupação racional do espaço) e trabalhá-la com circulação da bola e viradas de jogo (velocidade coletiva), até que consiga desorganizar a defesa do adversário para poder dar profundidade ao jogo .

O que eu chamo de profundidade é o comprimento do campo (vertical), uma equipe com jogadores com boa visão de jogo e bons passes médios e longos, podem verticalizar o jogo e deixar um companheiro em plenas condições de marcar um gol, desde que, esse jogador tenha entendimento da Regra 11, impedimento. 

É o que o Barcelona F. C. vem fazendo e muito bem ao longo das últimas temporadas.

domingo, 11 de julho de 2010

JOGO PARA O PRESSING


Princípio: Pressing

Sub-Princípio: Zona Pressionante

Objetivo: Definição do tipo de pressing nos 3 ou 4 setores do campo (serve para trabalho Regenerativo em Especificidade)

Tempos: 8X4'                Recuperação: 4' (troca-se os jogadores)

Adaptação Biológica: Resistência Específica

Dimensões: 1/2 campo

Materiais: Cones, discos, coletes e bolas



Descrição

Número de jogadores: 11 (7:3 + 1 goleiro)

Jogo situacional 7:3, onde o goleiro bate o tiro de meta para um dos zagueiros abertos nas laterais e este, receberá auxílio de um volante, o objetivo é finalizar em uma das duas balizas menores localizadas nas laterias do campo.  Os três atacantes juntamente com o meia, os dois volantes e o lateral direito adversário, realizam a marcação em zona (zona pressionante) no jogador com a posse da bola, após recuperá-la finalizar em gol (baliza normal protegida pelo goleiro) com o mínimo de toques possíveis. Após a finalização, recomeça o jogo com o tiro de meta do goleiro.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

MUDANÇA, TRANSFORMAÇÃO. O QUE É MELHOR PARA UM CLUBE ?


Quando há uma troca de treinador em algum clube, eu me pergunto, será que a diretoria do clube está procurando uma mudança ou quer uma transformação?

Vou explicar melhor. Eu entendo que uma mudança significa na troca de pessoa que está no comando (no caso do futebol o treinador), geralmente quando se troca o treinador muda-se a comissão técnica toda, mas o trabalho será o mesmo (mesma rotina de treinamentos tradicionais), ou seja, apenas troca-se quem vai realizar o trabalho. E no início, isso surte efeito, pois o grupo de jogadores querem mostrar para a nova comissão técnica que estão dispostos há serem titulares. A chamada mudança psicológica, mas com o passar do tempo tudo volta como estava antes, resultados negativos, novas especulações sobre troca de treinador e por aí vai.

Mas quando se trata de uma transformação, o clube quer algo mais. E é isso que o Real Madrid C.F. quer ao contratar José Mourinho, uma transformação. A transformação diz respeito há algo novo, diferente do realizado até então. E no caso do futebol o que seria esse algo novo, diferente, se como dizem por aí, "no futebol não tem mais nada o que inventar". A metodologia de treinamento de José Mourinho, isso é a transformação. Mourinho se recusa a trabalhar como os demais treinadores, ele não está preocupado com as cargas físicas do treinamento, ou com aspectos quantitativos, por exemplo, o uso de frequencímetros para aferição da frequência cardíaca para através dela, saber a suposta intensidade do esforço em uma sessão de treinamento. E pergunto? Qual será o intervalo da frequência cardíaca ideal para uma basculação coletiva até a direita para, pressionar o lateral esquerdo adversário com a posse da bola? 

Mourinho acredita que os aspectos quantitativos são redutores, um bloqueio epistemológico e, portanto metodológico. Para ele o que importa é o Modelo de Jogo (aspectos qualitativos) a ser criado e implementado junto com os jogadores, pois como ele diz: "Craque, craque é a equipe." E isso se constroi no treinamento, nas mudanças de comportamentos, através da operacionalização desse treinamento ao longo da temporada.

Nesse ano, teremos o prazer de assistir um grande Campeonato Espanhol, com grandes confrontos entre Barcelona F.C. e Real Madrid C.F. (em transformação). E eu acho isso melhor para um clube. 

sábado, 3 de julho de 2010

JOSÉ MOURINHO E SUAS CONSIDERAÇÕES SOBRE PRÉ-TEMPORADA


No início do ano de 2009, tive há oportunidade de conhecer um profissional altamente capacitado. O professor Michel Huff, com quem tive há oportunidade de estagiar. E dentre nossas muitas conversas (sobre as metodologias de treinamento) uma era unânime, há de José Mourinho. O professor Michel Huff, me indicou algumas bibliografias (fora do contexto convencional) e, estas eu estou conseguindo graças a outro amigo que está fazendo Doutorado em Portugal, meu amigo Silvio Costa Sampaio. Graças a esses dois amigos e as leituras baseadas na metodologia de treinamento usada por José Mourinho, estou me tornando um profissional mais crítico do que a maioria.

Agora relatarei algumas palavras de José Mourinho referente a pré-temporada (lembrando que, daqui há alguns dias começa a pré-temporada na Europa e aqui no Brasil os clubes estão na inter-temporada). Vejamos o que pensa Mourinho:

"Quando vejo referências as pré-temporadas de nossas equipes e me mostram imagens dos atletas correndo, trabalhando em espaços que não são o campo de futebol, desde a praia ao campo de golfe, me coloco a pensar que estes são métodos superados, para não dizer arcaicos."

"A forma não é física. A forma é muito mais que isso. O físico é o menos importante na globalidade da forma desportiva."

"Não sei onde começa o físico e acaba o psicológico ou o tático. Para mim, o futebol é globalidade, e o jogador também e assim não consigo fazer a divisão."

"Eu não trabalho o físico. E quando dissem que o Porto está muito bem preparado fisicamente, refuto isso totalmente. O Porto utiliza uma metodologia que rompe com todos os conceitos tradicionais do treinamento analítico."

"Não creio, no futebol de hoje, em equipes que estão bem fisicamente e outras mal. [...] Há equipes adaptadas, ou não, a forma de jogar de seu treinador. O que nós buscamos é que a equipe consiga se adaptar ao tipo de esforço que nossa forma de jogar exige."

"Hoje, em minha metodologia, não há espaço para o preparador físico tradicional."

E aqui no Brasil parece que está metodologia está angariando adeptos, vejamos o que o professor Élio Carravetta, coordenador da preparação física do S.C. Internacional relatou essa semana (25/06/2010) em entrevista ao sitio Universidade do Futebol:

"É até uma declaração forte, mas a preparação física como grande parte da sociedade pensa simplismente não existe. No futebol, ao contrário, o que se busca é o equilíbrio das qualidades físicas para melhorar o desempenho individual através de treinamentos técnicos, táticos, estratégicos e relacionais, e tudo isso pensando no rendimento coletivo das equipes."    

Lembrando que Mourinho também fala que essa divisão cartesiana não existe. O que existe é o Modelo de Jogo, e os treinamentos têm  que priorizar isso desde o primeiro dia da temporada. E sabe também que só o subordinar de todo o processo de treinamento e da supradimensão tática, isto é, a vivência/aquisição hierarquizada de seus princípios de jogo, o permite mobilizar a subdimensão física na singularidade que o seu jogar requisita.