Abordagem de Ensino Baseada no Jogo

domingo, 13 de março de 2011

JOGO PARA POSSE E CIRCULAÇÃO DA BOLA EM AMPLITUDE

 Princípio: Posse e Circulção da bola

Sub-Princípio: Equilíbrio Posicional: Amplitude

Complexidade: 3 (média alta)

Objetivo: Dar largura ao campo na circulação da bola; desenvolver a progressão apoiada da bola; criar situações de finalização de cabeça

Tempos: 6 X 8'                            Rec.: 2'

Adaptação Biológica: Resistência Específica

Materiais: Discos, coletes, cones e bolas

Descrição

Número de jogadores 22 (10:10 + 2 goleiros) Dimensões: 3/4 de campo

Jogo específico 10:10. A equipe de posse de bola procura sempre a progressão no campo de jogo de forma segura. Os zagueiros devem dar a máxima amplitude e procurar realizar triângulos com os volantes e os alas (para facilitar a circulação da bola), só por isso podem entrar no espaço demarcado! Quando a bola chegar no ala, este terá total liberdade no seu corredor para fazer o cruzamento na área. A equipe defensora tentará ficar compacta e fechar os espaços (marcar alto). Quando a bola chegar no ala, os dois atacantes defensores devem ficar na linha do meio-campo para facilitar a transição. Os zagueiros são estruturas fixas 

domingo, 6 de março de 2011

ALTERNATIVA PARA O FUTEBOL DE RUA

Vivemos num século e em uma sociedade onde, o futebol de rua é cada vez mais escasso. Devido ao grande desenvolvimento das áreas urbanas, sendo tomadas por novas edificações e diminuição das áreas para a prática do futebol, aumento do fluxo de trânsito e o aumento da criminalidade que tomam conta dos grandes centros.

  
Em conttrapartida, surge um novo fenômeno. As Escolas de Futebol, situadas em locais seguros, com campos de grama sintética, com seus uniformes e toda a estrutura e segurança para a prática do futebol por parte dos meninos e meninas e que o idolatram. Existem várias tendências para as Escolas de Futebol:
  • De clubes apenas como forma de receita;
  • Escolas pagas para a classe média, sem o objetivo de formação de atletas; e
  • Escolas de projetos sócio-esportivos com objetivos mais relacionados à formação de atletas.
Mas, eu pergunto, qual é o objetivo dessas Escolas? Será formar um jogador mais técnico e menos talentoso e criativo?

Uma pesquisa também teve essa preocupação e perguntou aos jogadroes talentosos do nosso futebol onde eles começaram a jogar futebol?
  • 67,2% na rua
  • 15,8% no clube
  • 10,9% no colégio
  • 3,8% na Escola de Futebol
  • 2,2% em casa
Como já foi relatado acima, o futebol de rua está cada vez mais escasso, as Escolas de Futebol viraram moda e a pesquisa aponta que, apenas 3,8% começaram a jogar futebol em Escola de Futebol, me ocorre outras indagações sobre os professores que trabalham com Escolas de Futebol. Será que eles sabem qual é o seu papel? Indago o seguinte, se futebol é conhecimento.
  • O que deve ser ensinado?
  • Como deve ser ensinado?
  • Como deve ser avaliado?

Será que a Escola de Futebol auxilia ou dificulta a formação de atletas talentosos de alto-rendimento?

Temos um grande problema. A principal fonte de formação do jogador era a rua, e ela está acabando. Por isso, proponho uma alternativa para o futebol de rua. Melhorar a formação do professor que trabalha com esta clientela, e utilizar a abordagem sistêmica como ferramenta de instrução (metodologia de treinamento) para a melhorar a formação de nossos possíveis futuros jogadores.

Oportunizar a eles a tomada de decisões, definir através de jogos a hora que deve finalizar, a hora que deve passar e quando nenhuma delas for possível, revolver o problema através do drible (criativo) evitando assim a formação de um jogador confusso individualista e prejudicial à equipe e oferecendo oportunidade de formação de um corajoso, criativo e eficiente. Pois hoje o futebol está repleto de jogadores "passadores de bola", que não oferecem nada de produtivo  e ou criativo às equipes.

Referências

DRUBSCKY, Ricardo. O Universo Tático do Futebol: Escola brasileira. Belo Horizonte: Ed. Health, 2003.

sábado, 26 de fevereiro de 2011

JOGO PARA O PRESSING

Princípio: Pressing

Sub-Princípio: Zona Pressionante

Complexidade: 2 (média)

Objetivo: Definição do tipo de pressão no 3º ou 4º sertor do campo

Tempos: 2 X 4'          Rec.: 1'

Adaptação Biológica: Resistência Específica

Materiais: Discos, coletes e bolas

Descrição

Número de jogadores 16 (7:7 + 2 goleiros)  Dimensões 1/2 campo

Jogo específico 7:7. Onde uma equipe só pode finalizar de fora da área demarcada e, a outra  pode realizar lançamento em profundidade na área adversária para um atacante entrar em situação de 1:1 com o goleiro. Os defensores não podem entrar na área nesses lançamentos, (assim trabalham o pressing sobre o jogador portador da bola para evitar o lançamento). Só poderão entrar se a jogada for realizada pelo fundo do campo. Após o término do tempo, dar alguns feedbacks e trocar os lados.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

CONTRIBUIÇÃO DOS PORTUGUESES

Fractal é uma estrutura ramificada e arborescente que modeliza um sistema complexo na qual partes se assemelham ao todo (MANDELBROT, 1983).


"Quando se admitirá que um movimento desportivo descontextualizado ou desajustado (movimento torpe) de resposta correta é, por mais suor que exija, uma teoria..., e que uma percepção mental correta de uma situação é (antes do gesto) uma prática?"



Vitor Frade, 1985

Sou uma pessoa que começou a trilhar o caminho de treinador de futebol no ano de 2007. Quando se iníciou um projeto no Colégio São Jósé de Porto União-SC em parceria com as Escolas de Formação de Talentos para o Futebol do Clube Atlético Paranaense (hoje Escola Furacão). Até então, atuava com treinador de voleibol do Colégio.

A partir daí, comecei a buscar novas alternativas para deixar as sessões de treinamento mais instigante para os alunos. Mas, como tudo que é novo que é tentado ser colocado em prática por alguém que não foi jogador de futebol, dificilmente é aceito de imediato. No ano de 2009, tive a oportunidade de conhecer e estagiar com o Professor Michel Huff (hoje preparador físico do FC Metalist) na AA Iguaçu Sub-20. Observando suas sessões de treinamento, a forma como ele conduzia os trabalhos, era a forma que eu também achava que deveriam ser feitos os treinamentos em futebol. Dentro da especificidade do JOGO. Já tinha um conhecimento superficial sobre a Periodização Tática, mas através de conversas durante um semestre com o Professor Michel Huff, pude ler materiais por ele fornecido e através de um outro amigo que está fazendo Doutorado em Porto (Silvio Costa Sampaio), tive acesso a mais materiais relacionado a essa metodologia.

"A "Periodização Tática" é uma Metodologia de Treinamento que surge há mais de trinta anos na cabeça do Professor Vitor Frade quando, através de experiências que lhe ocorreram, começa a questionar as Metodologias de Treinamento existentes até o momento".   

" Ao entender que o Futebol e o JOGO que uma equipe produz não podem ser entendidos desde o Pensamento Científico Clássico (analítico e descontextualizador) dada a sua globalidade, imprevisibilidade e estado-não linear, decide buscar em Teorias mais adequadas aos tipos de problemas que estão propondo, chegando as Teorias Sistêmicas, que junto a certos Princípios Metodológicos preconizados acabaram por configurar a 'Periodização Tática'".

"A 'Periodização Tática' é uma Metodologia de Treinamento cuja preocupação máxima é o JOGO que uma equipe pretende produzir na competição. É por isso que o Modelo de Jogo assume-se como guia de todo o processo, produzindo-se uma modelação através dos Princípios, Sub-Princípios, Sub-Princípios de Sub- Princípios do JOGO que o formam, conseguindo alcançar uma adaptação Específica e de qualidade ao respeitar os Princípios Metodológicos que a sustentam". (TAMARIT, 2007). 

E essa é uma Metodologia de Treinamento criada em território português, por um professor que trabalhava (ou ainda trabalha) no FC Porto e também ministra aulas na Faculdade de Desporto da Universidade do Porto (FCDEF), e nunca foi jogador de futebol profissional, que tem como seu maior expoente o treinador José Mourinho. 

Essa é a contribuição dos portugueses para o futebol, uma Metodologia de Treinamento que vai de encontro com aquilo que Vitor da Fonseca explana:
"[...] uma vez que o cérebro não pensa em músculos, mas sim em movimentos como soluções de problemas".
(FONSECA, 2008).

Referências

FONSECA, Vitor da. Desenvolvimento Psicomotor e Aprendizagem. Porto Alegre: Artmed, 2008.

MANDELBROT, Benoit B. The fractal geometry of nature. New York: [s.n.], 1983.

TAMARIT, Xavier. Qué es la "Periodización Táctica?" Vivenciar el JUEGO para condicionar el juego. MCSports, 2007.




       



segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

ROMPENDO FRONTEIRAS


O futebol brasileiro é famoso por exportar seus craques para todos os gramados e melhores competições do mundo. Mas, isso não é muito comum com os integrantes das comissões técnicas. Hoje, eu tenho a grande satisfação de comunicar que, o Professor Michel Huff (foto), foi contratado para assumir a preparação física do FC Metalist de Kharkiv Ucrânia, equipe de Tyson (ex-Internacional de Porto Alegre) e Cleiton Xavier (ex-Palmeiras). Foi contratado por, entender que no futebol à preparação física não pode ser como no atletismo. Por realizar um trabalho dentro da especificidade do jogo, o Professor Michel Huff, é o primeiro integrante de uma comissão técnica na Ucrânia.  Conversei hoje (14/02) com o Professor Michel Huff, ele está muito contente com esse novo desafio e, por estar rompendo fronteiras e quem sabe abrindo portas para futuros profissionais do futebol brasileiro ingressarem no mercado de futebol do leste europeu.


Nesta quinta-feira dia 17, o FC Metalist enfrentará o Bayer 04 Leverkusen, pela dezasseis-avos-de-final, Primeira mão, da UEFA Europa League 2011, às 17:00CET (18:00 Hora local) no Metalist Stadion - Kharkiv.

 Esse jogo será a estréia do Professor Michel Huff no comando da preparação física do clube numa competição continental. Desejo muito sucesso, a essa pessoa muito competente, que um dia me oportunizou olhar o futebol com outros olhos. A partir de hoje o FC Metalist ganha mais um torcedor.

Me despeço com uma frase que vem de encontro com as conversas sobre metodologias de treinamento em futebol que tenho com o Professor Michel Huff, desde os tempo de A.A. Iguaçu no ano passado até hoje no FC Metalist:
"A mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará ao seu tamanho original".
Albert Einstein 
 
 

sábado, 12 de fevereiro de 2011

A ARTE DO PRESSING


O Pressing, é a postura agressiva e conjunta exercida por um grupo de jogadores, mas prefiro, por toda a equipe com o propósito de retomar a posse da bola do adversário ou não lhe permitir que progrida em campo. A sua principal característica é, marcar "forte" em todos os setores do campo onde se encontra um adversário que possa vir a receber a posse da bola.

Pressing, signifca pressionar, apressar (pressionar não apenas o jogador que está com a posse da bola, mas sim, a equipe adversária de posse da bola).

Rinus Michels, nos deixa um relato sobre o 'futebol de pressing':

"Na minha filosofia, desde o momento em que se perde a bola, o objetivo prioritário é recuperá-la. Este é o futebol de pressing".

"[...] Corre-se grande risco porque além de deslocar o homem livre ao meio campo e deixar o dispositivo defensivo sem o homem extra da cobertura, se apenas um jogador não marcar corretamente o adversário que tenha condições de receber um passe, o ataque contrário poderá se concretizar, pois o caminho estará aberto. Por esta razão devemos contar com onze homens inteligentes e adaptáveis. Pedimos inclusive ao goleiro que se poste fora da área penal, para ser um líbero ainda que provisoriamente, para impedir os possíveis ataques do adversário que saiam de passes longos [...]" (Michels, 1987: p. 127)

Hoje a equipe que melhor apresenta esse tipo de jogo é o FC Barcelona.