Abordagem de Ensino Baseada no Jogo

sábado, 11 de setembro de 2010

A INDÚSTRIA DO FUTEBOL EMBASADA NA GLOBALIZAÇÃO

"A descoberta de que a terra se tornou mundo, de que o globo não é mais apenas uma figura astronômica, e sim o território no qual todos encontram-se relacionados e atrelados, diferenciados e antagônicos - essa descoberta surpreende, encanta e atemoriza. Trata-se de uma ruptura drástica nos modos de ser, sentir, agir, pensar e fabular. Um evento heurístico de amplas proporções, abalando não só as convicções, mas também as visões de mundo. [...] A Terra mundializou-se de tal maneira que o globo deixou de ser um figura astronômica para adquirir mais plenamente sua significação histórica." (Ianni, 2001, p. 13)
 Vivemos na era da globalização, onde as fronteiras estão cada vez mais próximas, onde canais de televisão e a internet nos oportunizam acompanhar o que acontece com os maiores clubes de futebol  do mundo, acessando seus sítios oficiais, podemos saber o que foi trabalhado no dia de treinamento, quais jogadores treinaram normalmente e o principal que metodologia está sendo utilizada por cada um destes treinadores.

Desta forma, não podemos achar (como ouço em algumas conversas) que o futebol moderno é pior do que o futebol mais antigo. Hoje o futebol é um meio de entretenimento, no Brasil ainda percebemos que estamos engatinhando nesse caminho que não terá mais volta. Pois a própria legislação obriga os clubes a terem um processo de empresarização, que é influência direta no comportamento empresarial. É sabido que o futebol brasileiro causa inveja aos olhos internacionais. Afinal, a seleção brasileira é a maior campeã mundial e os jogadores brasileiros estão frequentemente ocupando o topo das listas dos melhores jogadores do mundo. Mas isso, entretanto, não se aplica ao estado da indústria do futebol nacional, que convive com clubes com alto grau de endividamento, estádios antigos e vazios. Ao contrário da seleção nacional, os clubes brasileiros e seus técnicos dificilmente são objetos de admiração mundial. 

Quando olhamos os clubes europeus, percebemos essa preocupação de entretenimento, pois, o que a indústria do futebol vende? O que nós queremos ver no futebol? Em que estádio queremos assitir aos jogos ao vivo? E que jogadores queremos ver em campo?

O principal produto do futebol é a emoção, ninguém quer assitir a uma partida que já sabemos o resultado, por isso o futebol é o único esporte planetário que atrai tantos admiradores e tem um faturamento alto.

Os estádios europeus são verdadeiros espetáculos à parte, quem já visitou um sabe do que estou falando, tem área para tudo, segurança e comodidade (basta olhar a foto à cima) além de shows no início e intervalo dos jogos.

E na europa estão os maiores jogadores do futebol mundial divididos em vários clubes que possuem receita dignas de muitos PIB de países de terceiro mundo.

Então, não tem como voltar à trás, o futebol moderno é sim uma indústria embasada na globalização e as metodologias de treinamento que vem sendo aplicadas atualmente na europa mais cedo ou mais tarde serão a humanimidade no futebol (pra mim já é. Periodização Tática é a melhor forma de operacionalização de treinamento) e graças a globalização eu tomei conhecimento dessa metodologia.


segunda-feira, 6 de setembro de 2010

JOGO PARA A SAÍDA DE BOLA


Princípio: Valorização da posse de bola e retirada do setor de pressão

Sub-Princípio: Mecanismos de saída

Objetivo: Circulação da posse de bola e pressing defensivo

Tempos: 8 X 7'                                          Recuperação: 4'

Adaptação Biológica: Resistência Específica

Dimensões: 3/4 de campo

Materiais: Discos, coletes, três balizas e bolas

Descrição

Número de jogadores 23 (10:10 + 3 goleiros)

Jogo situacional 10:10 em 3/4 de campo dividido por três balizas. A equipe atacante (vermelha) pode finalizar em duas balizas, utilizando a plataforma tática estipulada (1.4.3.3) e produzindo diversas saídas de jogo, sempre procurando tocar o minímo de vezes na bola e retirando a bola do setor de pressão. Primeiro, ela tem que marcar o gol na baliza colocada na região central, para após isso, finalizar na baliza da outra extremidade do campo. Com essa regra específica, consigo trabalhar a circulação de bola na região de meio campo, tanto da direita para a esquerda como ao contrário e também trabalhar o retorno dessa bola. A equipe defensora (azul) deve defender as duas balizas e quando recuperar a posse da bola, ataca a baliza defendida pela equipe vermelha. As duas equipes devem realizar o pressing alto no campo adversário, sempre atacando o jogador de posse da bola.
Após o termíno do tempo e da recuperação, as equipes trocam de lado de campo.




sexta-feira, 3 de setembro de 2010

JOGO PARA ORGANIZAÇÃO OFENSIVA


Princípio: Mobilidade Ofensiva

Sub-Princípio: Zonas de Criação

Objetivo: Utilização do espaço entre as linhas adversárias defensivas

Tempos: 8X6'

Adapatação Biológica: Mobilidade Específica

Dimensões: Campo todo

Materiais: Discos, coletes e bolas



Descrição

Número de Jogadores 18 (10:6 + 2 goleiros)           

Jogo situacional 10:6, iniciando com o tiro de meta do goleiro. O jogo se desenvolve em metade do campo num 6:6, após a bola ser lançada pelo goleiro (e a equipe atacante ganhar a 1ª e 2ª bola) um dos laterais realizará a ultrapassagem fornecendo o apoio ofensivo e criando um 7:6. Desta forma, a equipe atacante terá que ter a posse de bola com o objetivo de desorganizar a estrutura adversária, através da circulação da bola. E finalizar o mais rápido possível.

Variação

Após determinado tempo do exercício, completar a equipe defensiva com 10 jogadores em campo e permitir há eles após a retomada da posse de bola que o busquem o contra-ataque na equipe que estava atacando.  

sábado, 28 de agosto de 2010

COMO QUEBRAR UM PARADIGMA?

Puzzle representativo da Fratalidade em Profundidade - Comportamento Geral Pretendido

Baseado na epistemologia (que significa o estudo do conhecimento) me pergunto: Como quebrar um paradigma?

Primeiro, precisamos saber o que é um paradigma. Paradigma em palavras simples, é a estrutura cognitiva que cada um de nós têm. Baseado nos treinamentos que nós tivemos (formação).

Nesse caso, em se tratando dos treinamentos de futebol, posso analisar e entender o por quê de tantos treinamentos que priorizam a corrente analítica em desprezo à corrente global (ou Periodização Tática). Por quê, nós professores de Educação Física (formados ou não) temos no cerne da nossa formação a corrente analítca como predominante. Esse paradigma portanto, passou a ser usado como a verdade absoluta, tratando de dividir os treinamentos em parte física, técnica, tática, etc. E, não é estranho que refutamos tudo que não seja parecido com isso.

Para que eu possa entender e compreender o por quê José Mourinho se nega a trabalhar da forma convencional, me apeguei na Gestalt. Mas o que é isso? A palavra Gestalt tem origem alemã e surgiu em 1523 de uma tradução da Bíblia, significando "o que é colocado diante dos olhos, exposto aos olhares". Hoje adotada no mundo inteiro significa um processo de dar forma ou configuração. Gestalt significa uma integração de partes em oposição à soma do "todo". A palavra gestalt tem o significado de uma entidade concreta, individual e característica, que existe como algo destacado e que tem uma forma ou configuração como um de seus atributos. Uma gestalt é produto de uma organização, e esta organização é o processo que leva a uma gestalt. Dizer que um processo, ou o produto de um processo é uma gestalt, significa dizer que não pode ser explicado pelo mero caos, a uma mera combinação cega de causas essencialmente desconexas, mas que sua essência é a razão de sua existência. Ou em simples palavras, é a capacidade de perceber os problemas existentes conforme a sua formação.

Mourinho percebeu os probemas existentes nos treinamentos analíticos e a partir de sua formação (estrutura cognitiva) desenvolveu uma forma de treinamento única para o seu Modelo de Jogo e que vem dando muitos resultados positivos. Mas como os paradigmas que são usados na diferenciação entre o que é ciência ou não-ciência, tem haver com os treinamentos de futebol? Já que o futebol não é uma ciência. Mas como relata J. Bangsbo "o futebol não é ciência, mas a ciência pode ajudar a melhorar o rendimento do futebol". Posso dizer que, Mourinho quebrou um paradigma frente as metodologias de treinamento no futebol. 

domingo, 22 de agosto de 2010

JOGO DE TRANSIÇÃO + PRESSING


Princípio: Valorização da posse da bola e retirada do setor da pressão

Sub-Princípio: Mecanismos de saída

Objetivo: Transição Ofensiva/Defensiva + Pressing Alto

Tempos: 5X8'                                 Recuperação: 4'

Adaptação Biológica: Resistência Específica

Dimensões: campo todo

Materiais: Cones, discos, coletes e bolas

Descrição

Número de jogadores 32 (10:10:10 + 2 goleiros)

Jogo situacional 10:10 numa metade do campo e na outra metade do campo a terceira equipe aguarda a definição do confronto.

A equipe defensora deverá sair jogando e quando a bola for lançada/recebida num dos dois quadrados nas laterais do campo, passará a atacar a terceira equipe no outro campo. A equipe atacante, têm que realizar o pressing alto e impedir a equipe defensora (de posse de bola) chegar até a zona de transição. 

As equipes não podem defender dentro da área penal, mas os atacantes podem receber a bola lá dentro (desde que, não estejam impedidos). A cada finalização correta, a equipe que finalizou permanece no ataque com o reinício no meio campo. 

domingo, 15 de agosto de 2010

JOGO PARA O PRESSING


Princípio: Pressing

Sub-Princípio: Zona Pressionante

Objetivo: Definição do pressing no terceiro setor do campo

Tempos: 6 X 7'                      Recuperação: 7'

Adaptação Biológica: Resistência Específica

Dimensões: 3/4 campo

Materiais: Discos, coletes e bolas

Descrição

Número de jogadores 16 (7:7+2 goleiros)

Jogo situacional 7:7, onde a equipe atacante têm a função de finalizar o mais rápido possível na baliza contrária. A equipe defensora terá que, realizar o pressing no terceiro setor do campo, efetuando a "dobra de marcação" (2:1, 3:2) sempre estando em superioridade numérica no setor combinado e impedindo a progressão da equipe adversária. 


sábado, 7 de agosto de 2010

IDENTIFICAÇÃO TEÓRICA E PRINCÍPIOS DE JOGO


Essa é uma questão interessante sobre a operacionalização do treinamento do futebol. Pois está intimamente relacionado com a complexidade daquilo que pretendo, portanto, quanto mais complexa for a informação que quero transmitir mais importante se torna o apoio teórico.

É deciso ter um apoio teórico, com imagens, ajuda da prancheta para que eu possa ter os determinados tipos de comportamentos que a equipe exerça durante as partidas. Todos os materiais didáticos podem e devem ser utilizados na operacionalização do treinamento do futebol, principalmente nas categorias de iniciação (onde eu atuo) pois desta forma, as crianças conseguem ter uma maior aproximação com os comportamentos através dos estímulos visuais.