Estamos as vésperas de mais um final de ano (não de temporada na Europa), onde no próximo domingo, poderemos assistir um jogo (que está sendo esperados por muitos amantes do futebol) que será FC Barcelona vs Santos FC. Dois clubes que a história nos mostra, terem feito 7do futebol algo além do esporte. O Santos FC que na década de 60, se tornou o primeiro clube de futebol a ser Bicampeão Mundial Interclubes, onde jogou o Rei do Futebol, Édson Arantes do Nascimento, o Pelé. O FC Barcelona na história recente de clubes de futebol, nos mostra que jogar futebol parece fácil, fazendo do simples (o passe) a sua principal arma.
Com isso, começarei uma série de postagens sobre o FC Barcelona para que possamos começar a entender o fenômeno FC Barcelona. Hoje iniciarei com um pouco da história do clube catalão que explica esse slogan "Més que un Club".
A bandeira do clube é inspirada explicitamente nas cores, vermelho e azul, do estandarte tricolor da Revolução Francesa. No auge da onda anarquista da década de 1930, o Barça tornou-se um coletivo de trabalhadores, um legado que continua. E o que é mais importante, segundo o folclore institucional: o clube foi um heróico centro de resistência à ditadura militar franquista. Somente o Camp Nou fornecia um lugar onde os catalães podiam gritar e bradar contra o regime em sua própria e banida língua. Manuel Vazques Montalbán, um dos grandes escritores espanhóis contemporâneos, publicou um romance sobre o Barça intitulado Offside. Descreveu o clube como "a arma épica de um país sem estado [...] As vitórias do Barça eram como as de Atenas sobre Esparta."
Em 1899, um empresário protestante suiço chamado Joan Gamper uniu-se a expatriados ingleses para fundar o FC Barcelona. É surpreendente que um estrangeiro tenha criado o que seria uma instituição definidora do nacionalismo catalão. Há um explicação simples para a abertura da Catalunha a influências externas: ela se situa no meio do mundo mediterrâneo. Antes do século XV, como parte do reino de Aragão, os catalães haviam aberto caminho para o Leste até Atenas, a Sicília e a Sardenha. Mesmo então, no auge de sua grandeza, os homens mais poderosos da nação eram comerciantes e capitalistas. Barcelona tornou-se uma grande cidade comercial, profundamente entranhada na economia planetária, crescendo até se transformar num gigante industrial. No final do século XIX, só os Estados Unidos da América, a Inglaterra e a França superavam a produção das fábricas de tecido catalãs.
À medida, porém, que avançava economicamente, a Catalunha era submetida à dominação política. O poder político da Espanha, concentrado em Madri, consistia em vários proprietários de terras castelhanos. Os interesses do governo central colidiam com os dos capitalistas de Barcelona. O crescente contingente de nacionalistas burgueses da cidade ressentia-se do fato de os castelhanos usarem o governo para impor a cultura e a língua "espanholas". Também não ajudava o fato de Madri direcionar a política governamental para a proteção da agricultura em detrimento da indústria. Os catalães descarregavam a raiva que sentiam desse arranjo injusto esteriotipando cruelmente os castelhanos e sua capital. Enquanto a Catalunha representava a modernidade e o progresso, Madri era habitada por roceiros sem cultura. Não era uma imagem de todo distorcida. A burguesia de Barcelona provou ao mundo a sua grandeza patrocinando obras momumentais de arte e arquitetura, Gaudí, Doménech i Muntaner, Miró. E, por causa de sua imersão no mundo comércio global, ela abriu auspiciosamente as portas a influências externas.
Joan Gamper e o futebol foram apenas outra importação a se tornar parte do tecido social catalão. A imagem de Gamper naquela terra não foi atrapalhada em nada pelo fato de ele admirar fervorosamente a causa catalã e ter traduzido seu próprio nome, Hans Kamper, para o idioma local. Segundo alguns relatos, Gamper desejava que o clube celebrasse aos catalães e seus sonhos de autonomia. Sob sua liderança, o Barça adotou um escudo contendo as cores nacionais e a cruz de São Jordi, o padroeiro da Catalunha.
(continua)
Nenhum comentário:
Postar um comentário