O objetivo do jogo todos nós conhecemos, é marcar o gol. Mas, aqui estão alguns exemplos de belos gols dentro de ações Táticas e Técnicas Coletivas que ocorreram nas últimas duas rodadas do Campeonato Brasileiro e pela Audi Cup 2011. Espero que gostem!
Abordagem de Ensino Baseada no Jogo
quinta-feira, 28 de julho de 2011
segunda-feira, 25 de julho de 2011
ALGUNS TALENTOS NOS PERTENCEM, OUTROS TEM QUE SER CONSTRUÍDOS
O processo ensino-aprendizagem-treinamento tem um papel preponderante na formação dos futebolistas. Sendo assim, temos que possuir alguma metodologia que nos norteie nesse processo.
Segundo Vygotsky (1993), introduz os níveis de desenvolvimento: o Nível de Desenvolvimento Real ou Efetivo (NDR) [ou Saber Atual] e o Nível de Desenvolvimento Proximal ou Potencial (NDP) [ou Saber Potencial].
O NDR compreende as conquistas evolutivas, nestes caso psicomotoras, que já estão consolidadas no indivíduo (na criança, no jovem ou no adulto), ou seja, as funções, capacidades ou competências que já foram aprendidas e que fazem parte do seu repertório habitual, na medida em que as produz e expressa autonomamente, sem assistência do outro ou de alguém mais experiente, seja pai ou mãe, o educador/preparador técnico ou um parceiro mais experiente. O NDR indica, consequentemente, a expressão de processos mentais ou psicomotores que já se integraram, estabeleceram e completaram retrospectivamente no seu cérebro e no seu corpo. Trata-se das atividades que a criança já sabe fazer e executar independentemente.
O NDP também se refere àquilo que a criança é capaz de fazer, mas com a mediatização, suporte e ajuda de outra pessoa mais experiente (mediatizador). A criança produz, assim, soluções de tarefas e de problemas através de uma interação intencional assistida, de uma co-aplicação de estratégias compartilhadas, entre ela e o mediatizador. Trata-se, portanto, do acesso a novas competências promovidas na criança por meio de interações efetuadas pelo mediatizador, que visam a produzir novos processos mentais e psicomotores, isto é, novos níveis de execução e desempenho, igualmente indicativos do desenvolvimento e do potencial da criança (FONSECA, 2008).
Portanto, a distância entre aquilo que a criança é capaz de fazer autonomamente (NDR) e aquilo que ela desempenha em cooperação mediatizada com outros indivíduos mais experientes (NDP), caracteriza exatamente a Zona de Desenvolvimento Proximal ou Potencial (ZDP). Nesta perspectiva, a ZDP define as funções, as capacidades e as competências que prospectivamente ainda não amadureceram na criança ou no jovem, mas que estão latentes no seu repertório comportamental,isto é, disposições prospectivas embrionárias que estão em processo evolutivo, que vão amadurecer em um futuro breve, se a mediatização continuar a produzir efeitos proativa.
Isto pode explicar a desclassificação da Seleção Brasileira na Copa América Argentina 2011 nas cobranças de pênalti contra o Paraguai. Pois, alguns talentos nos pertencem, outros tem que ser construídos!
Nesta perspectiva, aquilo que é ZDP hoje tende a ser NDR amanhã, o que a criança (jogador de futebol) faz em um dado momento com mediatização passa a poder fazer sozinha e autonomamente em um momento futuro. Sendo assim, temos que pautar o processo ensino-aprndizagem-treinamento dentro de um perspectiva complexa com progressão, para podermos auxiliar esses talentos.
Referência
FONSECA, Vitor da. Desenvolvimento Psicomotor e Aprendizagem. Porto Alegre: Artmed, 2008.
sexta-feira, 15 de julho de 2011
AQUISIÇÃO ou COMPETÊNCIA MOTORA NO JOGO DE FUTEBOL
Muito se têm discutido sobre as Habilidades Motoras na prática do futebol. Como pode ser realizado o seu desenvolvimento? Como aproveitá-lo ao máximo durante as partidas?
O que explica a diferença de jogar futebol dos brasileiros para com com seus semelhantes de outras nacionalidades (européias por exemplo). Será que deve haver crianças diferentes de continente para continente?
Apoiado em Gibson (1968) apud Fonseca (2008, p.224), a exploração de qualquer objeto exige a sua prévia manipulação (vista esta aliás, como um processo de investigação visual, o que traduz, em última análise, a própria essência da percepção. A informação perceptiva só é, pois, significativa a partir do momento em que se encontra em relação recíproca com a informação motora previamente aprendida (Wickstrom, 1970 apud Fonseca, 2008, p. 224). Assim, a informação perceptiva deve ser estruturada, categorizada e identificada com a informação motora, em que o processo de comparação e de relação com os dois tipos de informação citados (input - output - feedback) se situa, segundo esses autores, em uma categoria perceptivo-motora do tipo estímulo-resposta.
O que quero dizer, é que as crianças devem ser estimuladas na aprendizagem sensório-motora, em relação e combinação entre a sensação (input entrada de informação) e a resposta motora (output ou saída da informação) tudo isso, organizado, interado e integrado coerentemente com as informações captadas e extraídas pelos vários sentidos (visão, audição, tato, cinestésico, vestibular, proprioceptivo) durante as sessões de treinamento.
Quanto mais vivências (aquisição ou competência motora) no processo ensino-aprendizagem-treinamento de crianças melhor. A literatura especializada nós mostra que o grau de expertise só se alcança com 10 mil horas ou mais.
Pois, no ser humano, a ação não se orienta somente pela impressão sensorial imediata ou meramente pela experiência acumulada. Pelo contrário, ele pode abstrair, fazer relações, reconhecer causas, rever e prever acontecimentos e depois refletir e interpretar, tomando decisões conscientes. A ação do ser humano é livre e independente das condições externas do momento e do espaço presentes (Vygotsky, 1999 apud Fonseca, 2008, p. 379-380).
Através disso, a importância de uma pessoa competente há frente do processo de ensino-aprendizagem-treinamento de crianças pode ajudar a refletir e interpretar as situações ocorridas nos treinamentos e jogos para futuros acertos. O que segundo Vygotsky (1999) apud (Fonseca, 2008, p. 391) retira a criança do seu Nível de Desenvolvimento Real (NDR) e há eleva para o próximo, o Nível de Desenvolvimento Proximal (NDP).
Referência
FONSECA, Vitor da. Desenvolvimento Psicomotor e Aprendizagem. Porto Alegre: Artmed, 2008.
terça-feira, 12 de julho de 2011
PREPARAÇÃO FÍSICA NO FUTEBOL BRASILEIRO
A semana começa com mais uma notícia referente a Preparação Física no Futebol Brasileiro. O fisiologista Turíbio Leite de Barros (ex-fisiologista do SPFC) em nota ao portal uol http://esporte.uol.com.br/futebol/ultimas-noticias/2011/07/12/mentor-do-reffis-detona-preparacao-fisica-do-sao-paulo-e-ouve-queixas-de-atletas.htm afirma que a metodologia empregada no clube causou diversas lesões nos jogadores do elenco tricolor.
Notícias como essa, mostram que a metodologia de treinamento do futebol influenciam no desempenho da equipe, sim! Por isso, a importância de um treinador (ou melhor, uma comissão técnica integrada) pensando o futebol de uma forma complexa, podem fazer a diferença, para o mau ou para o bem!
É por essas e por outras, que existem profissionais se destacando cada vez mais no meio do futebol mundial. Talvez por saberem que, se treinar demais a parte física o jogador pode achar que corre mais do que a bola.
sexta-feira, 8 de julho de 2011
CONCENTRAÇÃO DE EQUIPES DE FUTEBOL
Após ler esta semana o post do zagueiro Paulo André (Corinthians) em seu blog http://pauloandre-13.blogspot.com/2011/06/vida-na-concentracao.html, me rendeu algumas indagações quanto a esta prática comum entre equipes brasileira.
- Que resultados positivos esta prática tão difundida em clubes nacionais já oportunizou?
- Será que os jogadores "PROFISSIONAIS" não tiveram ao longo da sua formação uma conscientização de que, o futebol profissional exige muito do rendimento dos atletas e que esse rendimento só existirá com descanso, alimentação e cuidados especiais fora do ambiente de trabalho (treinamento invisível)?
- Ou, falta humanização no Futebol?
Parafraseando Feijó (2008) in Miranda & Bara Filho (2008), será possível formar um atleta vencedor paralelamente à formação de um ser humano perdedor? A história pessoal de Garrincha diz que sim. Ela ilustra o número, infelizmente grande, de atletas de ponta que se sobressaíram internacionalmente durante curtos anos de vitórias e, ao terminar sua carreira, caíram no ostracismo, no vício e na pobreza.
Quem trabalha com o esporte futebol, tem que ter em mente, que trabalha com um ser humano que, possui sentimentos e também aspirações, não é uma máquina programada para correr, saltar, lançar e estar 100% todos os dias. Sabendo disso, temos que ter a preocupação de trabalhar mais o lado humano dos atletas, não só nos preocuparmos com as capacidades motoras. Precisamos nos concentrar mais na humanidade, mostrar que o esporte transforma o ser humano como um todo, isso inclui os sentimentos, harmonia, superação. (E se ficar isolado [quer dizer concentrado] todos esses dias como relata Paulo André, fatalmente muitos Garrinchas [na vida pessoal] surgiram). Pois, quando tiver uma folga vai extrapolar geral.
Poucas pessoas tem o discernimento que os PROFISSIONAIS DO FUTEBOL são entretenimento para a maioria da populção. Estes, trabalham duro durante a semana, para no final de semana servir de entretenimento para o público que também trabalhou duro durante a semana e no final de semana vai realizar o lazer de assistir aos jogos de futebol. Mas, algumas dessas pessoas, se esquecem que aqueles que estão em campo também são seres humanos, que as vezes ficam longe dos familiares por meses (principlamente os meninos das categorias de formação e algumas jovens promessas que ainda não tem condição financeira de trazer a família para mais próximos deles) e ficaram concentrados/alheios a uma certa educação compatível com a sua faixa etária, mais centrados única e exclusivamente a aprendizagens sobre o esporte futebol em si.
O esporte futebol não pode ser desvinculado da educação. Por que só através da educação conseguiremos que os jogadores de futebol façam como as pessoas comuns que, não precisam dormir no local de trabalho para estar lá no dia seguinte para honrar com os seus compromissos trabalhistas em ótimas condições.
Referência
MIRANDA, Renato & BARA FILHO, Maurício. Construindo um Atleta Vencedor: uma abordagem psicofíca do esporte. Porto Alegre: Artmed, 2008.
sexta-feira, 1 de julho de 2011
HARDWARE E SOFTWARE
Comenta-se muito sobre novas tecnologias e inovação para o treinamento em futebol. Fazendo uma analogia com Sistemas de Informação, recaio nos assuntos HARDWARE/SOFTWARE!
- Hardware: vem do inglês e significa ferramenta, neste caso é a parte física do computador. É tudo que podemos tocar.
- Software: soft significa suave, neste caso é a parte lógica e operacional do computador. É tudo aquilo que podemos ver e ouvir, mas não podemos tocar.
Mas, afinal o que quero explicar com isso? Qual a relação desse assunto com o treinamento em futebol?
Recentemente, assisti uma entrevista do zagueiro brasileiro David Luiz ao jornalista Juca Kfouri. Um dos temas da entrevista foi a equipe do FC Barcelona, onde, David Luiz comentou que:
"Eles jogam com volantes baixos, aqui no Brasil isso não é aceito nas formações das equipes [...]"
Mas por que isso não é aceito no Brasil? Porque muitos dos treinadores (principalmente das categorias de formação) só pensam no HARDWARE (corpo físico) dos jogadores.
O FC Barcelona (que é modelo para muitos profissionais do futebol) pensa no SOFTWARE (capacidade intelectual de entendimento de JOGO) dos seus jogadores. Em matéria publicada na Universidade do Futebol há algum tempo atrás, o professor Rodrigo Leitão escreveu o seguinte:
"Recentemente, o responsável pela preparação física da equipe do FC Barcelona, Francisco Seirul-lo Vargas (está lá, nesse trabalho, desde 1994), em um congresso na Espanha, surpreendeu a todos (ou quase todos), e, inclusive ao renomado cientista do treinamento Jurgen Weineck – presente no evento –, em sua explanação, mostrando que em sua equipe os treinamentos “físicos” são realizados de maneira integrada aos objetivos do treinador e são elaborados para contribuir com a construção do modelo de jogo adotado pelo FC Barcelona."
Hoje o treinador Nano Menezes em sua coletiva relatou que:
"É uma tendência mundial [esquema 4-2-3-1], e quem tem a chance de aprimorar isso são Brasil e Argentina, Uruguai não tanto, joga mais no erro do adversário e a partir daí propondo o jogo. Brasil e Argentina vão tentar pôr em prática na Copa América, claro que lá de forma mais igual à do Barcelona, até por uma questão lógica, porque a referência de lá é a mesma que a daqui, o Messi". http://esportes.br.msn.com/futebol/copa-america/noticias/artigo-espn.aspx?cp-documentid=29328674
Então, estamos partindo para um novo estágio no quesito treinamento em futebol, onde as capacidades físicas não são mais o foco principal. Temos que pensar o futebol a partir de aspectos táticos/estratégicos, onde as capacidades físicas serão acionados por arrasto, mas não realizar sessões de treinamento específicas para as capacidades físicas, mas criar jogos (exercícios) que recriem os aspectos do jogo desejado e as capacidades físicas necessárias para desempenhar esse jogo necessário.
Mas, lógico, apesar das evidências tem pessoas que acham isso uma bobeira.
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