Abordagem de Ensino Baseada no Jogo

sexta-feira, 15 de julho de 2011

AQUISIÇÃO ou COMPETÊNCIA MOTORA NO JOGO DE FUTEBOL


Muito se têm discutido sobre as Habilidades Motoras na prática do futebol. Como pode ser realizado o seu desenvolvimento? Como aproveitá-lo ao máximo durante as partidas?

O que explica a diferença de jogar futebol dos brasileiros para com com seus semelhantes de outras nacionalidades (européias por exemplo). Será que deve haver crianças diferentes de continente para continente?

Apoiado em Gibson (1968) apud Fonseca (2008, p.224), a exploração de qualquer objeto exige a sua prévia manipulação (vista esta aliás, como um processo de investigação visual, o que traduz, em última análise, a própria essência da percepção. A informação perceptiva só é, pois, significativa a partir do momento em que se encontra em relação recíproca com a informação motora previamente aprendida (Wickstrom, 1970 apud Fonseca, 2008, p. 224). Assim, a informação perceptiva deve ser estruturada, categorizada e identificada com a informação motora, em que o processo de comparação e de relação com os dois tipos de informação citados (input - output - feedback) se situa, segundo esses autores, em uma categoria perceptivo-motora do tipo estímulo-resposta.  

O que quero dizer, é que as crianças devem ser estimuladas na aprendizagem sensório-motora, em relação e combinação entre a sensação (input entrada de informação) e a resposta motora (output ou saída da informação) tudo isso, organizado, interado e integrado coerentemente com as informações captadas e extraídas pelos vários sentidos (visão, audição, tato, cinestésico, vestibular, proprioceptivo) durante as sessões de treinamento.

Quanto mais vivências (aquisição ou competência motora) no processo ensino-aprendizagem-treinamento de crianças melhor. A literatura especializada nós mostra que o grau de expertise só se alcança com 10 mil horas ou mais.

Pois, no ser humano, a ação não se orienta somente pela impressão sensorial imediata ou meramente pela experiência acumulada. Pelo contrário, ele pode abstrair, fazer relações, reconhecer causas, rever e prever acontecimentos e depois refletir e interpretar, tomando decisões conscientes. A ação do ser humano é livre e independente das condições externas do momento e do espaço presentes (Vygotsky, 1999 apud Fonseca, 2008, p. 379-380). 

Através disso, a importância de uma pessoa competente há frente do processo de ensino-aprendizagem-treinamento de crianças pode ajudar a refletir e interpretar as situações ocorridas nos treinamentos e jogos para futuros acertos.  O que segundo Vygotsky (1999) apud (Fonseca, 2008,  p. 391) retira a criança do seu Nível de Desenvolvimento Real (NDR) e há eleva para o próximo, o Nível de Desenvolvimento Proximal (NDP).

Referência

FONSECA, Vitor da. Desenvolvimento Psicomotor e Aprendizagem. Porto Alegre: Artmed, 2008.

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