Abordagem de Ensino Baseada no Jogo

domingo, 26 de setembro de 2010

METODOLOGIA NA FORMAÇÃO DE JOGADORES


Concordo plenamente com Mourinho, quando este diz:
"Quando chego em um clube, tenho a preocupação de fazer chegar até ao Departamento de Formação não só o modelo de jogo, mas também o modelo de treinamento que quero implantar no clube, desde a base até a equipe principal..." (Mourinho, 2007 p. 149)

Lendo esta declaração me recordo de que José Mourinho foi auxiliar técnico de Louis Van Gaal, que é holandes. Todos nós gostamos do futebol apresentado pelo FC Barcelona, que também teve como mentor outro holandes Johann Cruyff, que iniciou este processo que estamos vendo os resultados agora. Que nada mais é que a Metodologia implantada na Formação dos jovens jogadores do Ajax da Holanda.

TIP'S, Técnica, Inteligência, Personalidade e Speed (Velocidade). Estes são os quatro elementos chave da Escola de Futebol do Ajax. Utilizando um modelo de trabalho uniforme desde os jogadores mais jovens até à sua equipe profissional. A sua filosofia de formação é encarrada por todos os intervenientes como uma forma de vida, de crescer e de todos se desenvolverem tanto a nível pessoal como profissional. O seu modelo de jogo é igual para todas as equipes. Todos os seus treinadores têm que estar preparados para trocar os seus próprios métodos por algo que se define como a cultura do clube, onde tudo está previamente definido e estabelecido.

Os principais objetivos dos treinadores da Escola do Ajax são:

  • O desenvolvimento da Inteligência Tática (IT) de cada jogador em função da posição que ocupa em campo; 

  • O desenvolvimento da capacidade Técnica de cada jogador.
As regras básicas da sua Escola passam pela explicação do que se faz e porque se faz, a todos os jogadores. Questioná-los com questões em cada situação treinada, fazê-los pensar, encontrando soluções, movimentos de forma  a que rapidamente saibam comportar-se perante todas as situações que um jogo de futebol pode trazer.

Outro elemento importante é o Discurso Tático, este é invariável. Se um jogador não pode ou não sabe interpretar determinada posição, rapidamente é adaptado a outra, de modo a que seja sempre assegurado o máximo de rendimento das suas capacidades técnicas.

Desta forma interrogo. Em quantos clubes brasileiros há essa preocupação? Pois, somos um país de dimensões continentais, se tivessemos esse tipo de preocupação, talvez o Brasil poderia ter muito mais craques do já temos. Apenas lembrando que a Holanda deve ter as dimensões territoriais do tamanho do Estado de Santa Catarina e por isso uma população bem menor que a brasileira. Mas lá, o que interessa é o cognitivo e não outras variáveis como vemos por aqui. Como eu gosto de relatar aos meus atletas. Temos que ser os mais inteligentes e não os mais fortes. Quem sabe um dia chegamos lá. 


sexta-feira, 17 de setembro de 2010

TREINAMENTO É FUNDAMENTAL


Usar a metodologia de treinamento fundamental, nas Escolas de Futebol é muito importante, pois, é específica da modalidade de futebol, que é executada de maneira geral e universal-objetivo. Contém exigências técnicas específicas e coloca no centro o aprendizado de técnicas específicas da modalidade esportiva e de movimentos especiais, especialmente sob condições padronizadas e facilitadas.

No treinamento fundamental, a participação em competições já representa um papel especial. Nisso deve ser observado o princípio de unidade entre treinamento e competição. Isso significa o seguinte: na competição deve ser exigido só o que já foi exercitado antes nos treinamentos, além disso, a atividade de competição tem uma certa função de controle para aquilo que foi aprendido no treinamento. Por outro lado, no treinamento é aprendido e exercitado o que a competição exige.

Desta forma, o treinamento é fundamental para podermos estar aperfeiçoando as capacidades físicas, técnicas, táticas e psicológicas dos alunos, principalmente na fase da puberdade.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

A CRIANÇA E O TREINAMENTO DESPORTIVO


Na idade infantil, quando entre outros aspectos, é desejada uma razoável medida da otimização do desempenho, mas não obrigatoriamente uma maximização do sucesso. Quando juntamente com o treinamento, também são mantidos espaços livres para a criança, onde ela pode realizar suas necessidades imediatas (lúdicas). E quando a responsabilidade para o desenvolvimento total da criança tem prioridade sobre as normas de treinamento e de competição.

As condições de treinamento e de competições devem ser adaptadas à condição especial da criança, às suas aptidões, capacidades e condições de desenvolvimento.

Tenho um argumento que justifica a participação da criança no processo de treinamento esportivo. Formação e educação são ligadas inseparavelmente ao processo de treinamento (HARRE, 1970 apud JOCH, 2005, p. 21). Sendo assim, fica claro que a capacidade de desempenho esportivo deve ser promovida em todas as faixas etárias e que o treinamento esportivo é um processo dirigido por princípios pedagógicos da perfeição esportiva, que, mediante ações planejadas e sistemáticas sobre a capacidade e a disposição de desempenho, objetiva os mais altos desempenhos.

Para que esses altos desempenhos, realmente apareçam é muito sensato acabar com as falhas na formação básica. Uma grande parte dos motivos, que dificultam os altos desempenhos posteriores, está na preparação preliminar. Então, se já o fundamento apresenta falhas, a estrutura a ser erguida em cima estará constantemente ameaçada pelo perigo de cair. Por isso JOCH, 2005 relata que, na promoção do talento deve-se dar importância à formação básica motora. Ela é, quando se fala em formação básica na escola e no esporte escolar, como iniciação na promoção do talento, aquela área parcial na estrutura de treinamento sistemático de longo prazo de talentos esportivos, que pode ser integrada mais facilmente no trabalho com crianças em idade escolar. Realizar, quantitativamente e qualitativamente, esta etapa inferior da estrutura do treinamento de longo prazo de crianças e adolescentes deve ser o objetivo de todo profissional que trabalha com essa clientela. E a melhor maneira de oportunizar isso é deixar a criança vivenciar o jogo.

sábado, 11 de setembro de 2010

A INDÚSTRIA DO FUTEBOL EMBASADA NA GLOBALIZAÇÃO

"A descoberta de que a terra se tornou mundo, de que o globo não é mais apenas uma figura astronômica, e sim o território no qual todos encontram-se relacionados e atrelados, diferenciados e antagônicos - essa descoberta surpreende, encanta e atemoriza. Trata-se de uma ruptura drástica nos modos de ser, sentir, agir, pensar e fabular. Um evento heurístico de amplas proporções, abalando não só as convicções, mas também as visões de mundo. [...] A Terra mundializou-se de tal maneira que o globo deixou de ser um figura astronômica para adquirir mais plenamente sua significação histórica." (Ianni, 2001, p. 13)
 Vivemos na era da globalização, onde as fronteiras estão cada vez mais próximas, onde canais de televisão e a internet nos oportunizam acompanhar o que acontece com os maiores clubes de futebol  do mundo, acessando seus sítios oficiais, podemos saber o que foi trabalhado no dia de treinamento, quais jogadores treinaram normalmente e o principal que metodologia está sendo utilizada por cada um destes treinadores.

Desta forma, não podemos achar (como ouço em algumas conversas) que o futebol moderno é pior do que o futebol mais antigo. Hoje o futebol é um meio de entretenimento, no Brasil ainda percebemos que estamos engatinhando nesse caminho que não terá mais volta. Pois a própria legislação obriga os clubes a terem um processo de empresarização, que é influência direta no comportamento empresarial. É sabido que o futebol brasileiro causa inveja aos olhos internacionais. Afinal, a seleção brasileira é a maior campeã mundial e os jogadores brasileiros estão frequentemente ocupando o topo das listas dos melhores jogadores do mundo. Mas isso, entretanto, não se aplica ao estado da indústria do futebol nacional, que convive com clubes com alto grau de endividamento, estádios antigos e vazios. Ao contrário da seleção nacional, os clubes brasileiros e seus técnicos dificilmente são objetos de admiração mundial. 

Quando olhamos os clubes europeus, percebemos essa preocupação de entretenimento, pois, o que a indústria do futebol vende? O que nós queremos ver no futebol? Em que estádio queremos assitir aos jogos ao vivo? E que jogadores queremos ver em campo?

O principal produto do futebol é a emoção, ninguém quer assitir a uma partida que já sabemos o resultado, por isso o futebol é o único esporte planetário que atrai tantos admiradores e tem um faturamento alto.

Os estádios europeus são verdadeiros espetáculos à parte, quem já visitou um sabe do que estou falando, tem área para tudo, segurança e comodidade (basta olhar a foto à cima) além de shows no início e intervalo dos jogos.

E na europa estão os maiores jogadores do futebol mundial divididos em vários clubes que possuem receita dignas de muitos PIB de países de terceiro mundo.

Então, não tem como voltar à trás, o futebol moderno é sim uma indústria embasada na globalização e as metodologias de treinamento que vem sendo aplicadas atualmente na europa mais cedo ou mais tarde serão a humanimidade no futebol (pra mim já é. Periodização Tática é a melhor forma de operacionalização de treinamento) e graças a globalização eu tomei conhecimento dessa metodologia.


segunda-feira, 6 de setembro de 2010

JOGO PARA A SAÍDA DE BOLA


Princípio: Valorização da posse de bola e retirada do setor de pressão

Sub-Princípio: Mecanismos de saída

Objetivo: Circulação da posse de bola e pressing defensivo

Tempos: 8 X 7'                                          Recuperação: 4'

Adaptação Biológica: Resistência Específica

Dimensões: 3/4 de campo

Materiais: Discos, coletes, três balizas e bolas

Descrição

Número de jogadores 23 (10:10 + 3 goleiros)

Jogo situacional 10:10 em 3/4 de campo dividido por três balizas. A equipe atacante (vermelha) pode finalizar em duas balizas, utilizando a plataforma tática estipulada (1.4.3.3) e produzindo diversas saídas de jogo, sempre procurando tocar o minímo de vezes na bola e retirando a bola do setor de pressão. Primeiro, ela tem que marcar o gol na baliza colocada na região central, para após isso, finalizar na baliza da outra extremidade do campo. Com essa regra específica, consigo trabalhar a circulação de bola na região de meio campo, tanto da direita para a esquerda como ao contrário e também trabalhar o retorno dessa bola. A equipe defensora (azul) deve defender as duas balizas e quando recuperar a posse da bola, ataca a baliza defendida pela equipe vermelha. As duas equipes devem realizar o pressing alto no campo adversário, sempre atacando o jogador de posse da bola.
Após o termíno do tempo e da recuperação, as equipes trocam de lado de campo.




sexta-feira, 3 de setembro de 2010

JOGO PARA ORGANIZAÇÃO OFENSIVA


Princípio: Mobilidade Ofensiva

Sub-Princípio: Zonas de Criação

Objetivo: Utilização do espaço entre as linhas adversárias defensivas

Tempos: 8X6'

Adapatação Biológica: Mobilidade Específica

Dimensões: Campo todo

Materiais: Discos, coletes e bolas



Descrição

Número de Jogadores 18 (10:6 + 2 goleiros)           

Jogo situacional 10:6, iniciando com o tiro de meta do goleiro. O jogo se desenvolve em metade do campo num 6:6, após a bola ser lançada pelo goleiro (e a equipe atacante ganhar a 1ª e 2ª bola) um dos laterais realizará a ultrapassagem fornecendo o apoio ofensivo e criando um 7:6. Desta forma, a equipe atacante terá que ter a posse de bola com o objetivo de desorganizar a estrutura adversária, através da circulação da bola. E finalizar o mais rápido possível.

Variação

Após determinado tempo do exercício, completar a equipe defensiva com 10 jogadores em campo e permitir há eles após a retomada da posse de bola que o busquem o contra-ataque na equipe que estava atacando.