Abordagem de Ensino Baseada no Jogo

sexta-feira, 20 de maio de 2011

JOGAR BONITO OU GANHAR TÍTULOS?


Declaração do volante Denílson (Arsenal) coloca novamente em pauta a questão: Jogar Bonito ou Ganhar Títulos?
“Eu simplesmente me encontrei com Arsène Wenger e disse a ele como eu me sinto e ele concordou em me deixar sair. Sei que algumas pessoas vão me achar louco, e elas têm esse direito. É um grande clube, com uma grande organização e um grande técnico. É bom jogar um futebol bonito, mas as vezes você precisa jogar feio para ser um vencedor e ser bem sucedido. Tenho uma boa vida no Arsenal, mas há outras coisas que são importantes”. 

Para ver a matéria na integra  http://espn.estadao.com.br/arsenal/noticia/192762_CANSADO+DE+NAO+GANHAR+NADA+DENILSON+PEDE+E+DEVE+DEIXAR+O+ARSENAL+NA+PROXIMA+TEMPORADA

Todos concordamos que ter uma equipe que demonstra um bom futebol é um sonho realizado para todos os treinador. Mas, não podemos esquecer que, os atletas também tem as suas vontades e desejos. Para alguns, fazer parte de uma equipe que demonstra um futebol magnífico é o suficiente. Para outros, há necessidade de ganhar títulos todas as temporadas, ter suas fotos estampadas nas capas de jornais e revistas, ser convidado para entrevistas em programas esportivos nas segundas-feiras (pós) domingos decisivos (e destes sair campeão).

Sabemos que para uma equipe demonstrar um futebol bonito, demanda tempo! Sabemos que se a equipe, joga bonito, a vitória virá! Ter uma equipe que joga bonito, com certeza ganharemos a partida, mas, para ganhar um campeonato, a equipe necessita de elenco! Hoje no futebol moderno (com várias competições simultâneas) a equipe que possuir o melhor elenco será grande favorita nas competições que disputará.

O campeonato brasileiro que inicia no sábado comprova isso!




domingo, 15 de maio de 2011

JOGO: FERRAMENTA FUNDAMENTAL PARA O TREINADOR


O que vem a ser um bom produto para o futebol?

Começo este post com esta simples pergunta! Que, para meu espanto, poucos sabem responder (eu responderei mais a frente).

Muito tenho ouvido sobre o processo de profissionalização do futebol brasileiro (que por muitas regiões do nosso imenso país ainda engatinha). Para mim, um dos fatores que devem ser priorizados para a profissionalização do nosso futebol é a FORMAÇÃO! As mudanças na Lei nº 9.615 (Lei Pelé), que outorga o clube formador, é uma prova disso.

Mas que tipo de formação queremos? Os dirigentes dos clubes sabem que profissionais contratar para essa função de suma importância para um bom andamento de clube de futebol?

Existem alguns bons exemplos a serem seguidos na questão de formação pelo mundo a fora, o mais extraordinário do momento é o caso do FC Barcelona. Que tem na sua base da equipe principal mais de 70% jogadores formados em La Masia.

Sabemos que o jogo é o mais rico instrumento que o treinador possui para o ensino do futebol. Mas o jogo a que me refiro, não é o jogo formal, mas, às formas do jogo que simplificam a estrutura complexa do jogo. Pois sendo o futebol um esporte no âmbito dos Jogos Desportivos Coletivos (JDC), não podemos entende-lo fragmentado. Para aqueles que preferem os trabalhos analíticos, temos que percebem o seguinte. Segundo Maçãs e Brito (2000):

"A execução técnica só tem significado se for resposta a uma exigência tática. Neste sentido, todas as ações individuais e coletivas não devem ser encaradas como objetivos em si mesmas, mas como os meios através dos quais os jogadores e a equipe materializam as suas intenções táticas na procura de um objetivo comum".

 Enfim, muitas perguntas assombram o pensamento de treinadores no momento da construção de um planejamento para se iniciar um trabalho desta magnitude de formação de jogadores.
  •  Qual o papel do jogo (exercício) no processo de treinamento?
  •  Quais os aspectos a considerar na estruturação dos jogos (exercícios)?
  •  Como caracterizar e classificar os jogos (exercícios)?
  •  Quais os jogos (exercícios) mais recomendáveis para o treinamento de futebol em suas respectivas categorias?
Isto, é o que eu procuro fazer com o meu planejamento antes de iniciar o trabalho no início do ano, utilizar esta ferramenta (jogo) da forma mais segura e coerente possível com as respectivas categorias que trabalho.

Um bom produto de futebol é um time que ganha. E um time vencedor é formado em casa, com filosofia do clube, estrutura para trabalhar e o principal, material humano qualificado na condução e execução dos trabalhos, tanto de campo como administrativo. O FC Barcelona é exemplo disso.

Referência

MAÇÃS, V.; BRITO, J. Os factores de jogo em futebol. série didáctica UTAD, Vila Real, 2000



domingo, 8 de maio de 2011

JOGO PARA A FINALIZAÇÃO

Princípio: Preparação para a Finalização

Sub-Princípio: Momentos da Finalização

Complexidade: 2 (Média)

Objetivo: Utilização dos espaços/passe e penetração

Adaptação Biológica: Mobilidade Específica

Materiais: Discos, coletes e bolas

Descrição

Número de jogadores 9 (3:1 em cada espaço demarcado + 1 goleiro) Dimensões: 1/3 campo

Jogo específico 3:1 em cada espaço demarcado. A equipe em superioridade numérica tem que realizar cinco passes com a oposição de um defensor, dentro do espaço demarcado, para depois realizar um passe para a entrada da área penal para a finalização de primeira do companheiro que penetra para a finalização. O jogo segue no outro espaço demarcado, sempre assim, uma finalização, com a bola vinda de cada espaço por vez.

domingo, 1 de maio de 2011

SITUAÇÕES DE DESEQUILÍBRIO - DRIBLE E RETIRADA DO SETOR DE PRESSÃO


As situações de desequilíbrio dizem respeito mais comumente à condição numérica desfavorável do setor defensivo em relação ao ofensivo, surgidas ou impostas a uma equipe. Mas existe também os importantes desequilíbrios de posicionamento. O jogo das táticas no futebol se caracteriza pela constante busca das equipes em criar situações de desequilíbrio numérico ou de posicionamento em seu favor. São proporcionadas por ações individuais (os dribles) ou coletivas (retirada do setor de pressão [viradas de jogo]).



Mas, para realizar essas situações de desequilíbrio é preciso ter Velocidade de Decisão!

Segundo Weineck (2004), em exigências de decisão simples, o tempo de decisão é mais curto do que em processos decisão que exigem escolhas múltiplas ou difíceis reações de escolha. O mesmo ocorre no tempo de decisão em ações não costumeiras, [...].

Por conta disso, quem tem responsabildades de comandar as sessões de treinamento, deve ter a obrigação de oportunizar ao máximo todas as situações que uma partida de futebol oferece através de jogos. Assim, evitamos a formação de jogadores confusos.

Segundo Schellenberger (1985) apud Weineck (2004), todos os jogadores deveriam receber de forma objetiva e racional um processo de análise de situações de jogo, em que, de acordo com o seguinte plano tático, dever-se-ia proceder assim:
  •  Se a finalização for possível, então eu escolho finalizar;
  •  Se a finalização não é possível, então eu procuro passar a bola a um companheiro mais bem colocado; ou
  •  Se a situação impede a realização de finalização ou um passe, então, eu procuro solucionar a situação por meio de um drible.
  


Referência

WEINECK, Jürgen. Futebol Total: o treinamento físico no futebol. Guarulhos - SP: Phorte Editora, 2004.
  

domingo, 24 de abril de 2011

O QUE NECESSITA TER PARA SER TREINADOR DO FC BARCELONA?


Toda esta postagem é citação de SORIANO (2010).

Segundo SORIANO (2010)," no verão de 2003, a nova Diretoria do FC Barcelona tinha um desafio. Contratar o treinador da equipe principal. No final, sobre a mesa ficaram três candidatos: Ronald Koeman, Gus Hiddink e Frank Rijkaard. Os três cumpriam, de formas distintas, os requisitos que tínhamos decidido que o futuro treinador deveria ter. Rijkaard era, dos três, o que tinha menos experiência e menos êxitos. Mas a seu favor estava o fato de ser o único disposto a vir com as condições de salário que o clube podia se permitir e tinha disponibilidade imediata, sem nenhuma condição. Rijkaard era defensor do estilo de jogo que pretendíamos para o Barça, e seu caráter encaixava plenamente com o que buscavámos: capacidade de gestão de pessoas, vontade, compromisso... e grande experiência como jogador de elite". 

"No final da temporada 2006/2007, depois que o time fechou a campanha com um fiasco inesperado, tentamos mudar seu comportamento sem ter de recrutar um novo líder. Não funcionou e, no final da temporada seguinte,começamos a avaliar a necessidade de mudar o treinador ao terminar o ano".

"A análise sobre o tipo de liderança que requeria o time. Necessitávamos de um líder de estilo mais direto. O time tinha talento e qualidades suficientes, mas deveria recuperar a capacidade de se esforçar, a cultura de trabalho que havia perdido, faltava um coach que voltasse a motivá-los".

"Em primeiro estágio, avaliou-se um número relativamente grande de candidatos, sobre os quais se especulou bastante na imprensa (Mourinho, Valverde, Laudrup, Blanc, Guardiola...). Mas a lista foi ficando reduzida a dois nomes: José Mourinho e Josep Guardiola. Ambos tinham grandes virtudes e parecia que se situavam em extremos opostos de um linha imaginária. Em um extremo, um treinador experiente e com êxito, de caráter forte e fama de polêmico. No outro, uma pessoa de grande talento, conhecedora absoluta do clube, mas sem experiência relevante como treinador. De Guardiola, valorizava-se também seu alto valor como ativo do clube e seu possível percurso de liderança. O vice-presidente da área de futebol, Marc Ingla, pegou as ideias de Bergiristain e de outras pessoas do clube e transformou-as em um documento de nove tópicos,com os critérios que deveriam nos ajudar a tomar a decisão mais correta, acima da intuição e do consenso que, pouco a pouco, ia se desenhando a favor da opção de Guardiola".

"O documento era o seguinte:
NOVO TREINADOR DO FC BARCELONA

1) Respeitar o modelo de gestão esportiva e o papel da Secretaria Técnica
| Acompanhamento dos técnicos do time principal durante a temporada;
| Coordenação com o futebol-base local e global;
| Contratações e planejamento. Renovações, demissões, etc.
- Processo interativo validado com o treinador e o corpo técnico desde dezembro-janeiro de cada temporada;
- O treinador também pode fazer propostas e vetos. A Secretaria Técnica tem a última palavra e o poder de decisão final;
| A secretaria Técnica e a Diretoria não atuam como treinador nem têm influência nas escalações nem em como se deve enfrentar cada partida;

2) Estilo de Jogo
| Equilíbrio contínuo entre o jogo atrativo (o mais atrativo e espetacular) e a eficiência;
| 1-4-3-3 como base, mas com as variantes necessárias;
| Controle e gestão das partidas - máxima atenção e concentração;
| Construir sobre a herança e conceitos de jogo de Frank Rijkaard;

3) Valores a fomentar no time principal - alguns novos
| Trabalho, trabalho e trabalho;
| Continuar fomentando as divisões inferiores
- Sinal de identidade do Clube; garantia de padrão e estilo de jogo; fator de coesão do vestiário;
| Time
- Promover a solidariedade, a combinação, a circulação, a mobilidade, a generosidade...
- ... versus  "supervirtuosismo" pela pouca eficiência e o que gera ao redor
- Os craques e individualidades a serviço da equipe
| Manter a concentração, sempre
- Distanciar-se do ruído diário e concentrar-se no essencial da competição;
| Detalhes: às vezes o diabo está nos detalhes; é preciso cuidar deles (por exemplo, as permissões)

4) Treinamentos e RENDIMENTO: "Deve-se jogar como se treina"
| Dar máxima importância a cada treino;
| O treinador deve gerir de perto todas as atividades que afetam diretamente o rendimento dos jogadores e do time 
- Trabalho tático de jogo de campo e estratégia;
- Preparação física coletiva e trabalho físico e de prevenção individualizado;
- Saúde dos jogadores. Influência dos médicos no treino - evitar lesões;
- Alimentação e descanso;
| Mais ênfase no trabalho físico, intensidade nunca é demais, novo valor do Clube
- O futebol cada vez mais competitivo e físico. O FCB é número 1 em encontrar talento... mas cada vez mais deveremos ter também jogadores com melhores condições físicas; 
| Ênfase no trabalho antes e depois da partida   
- Análise prévia do rival (vídeo, soluções táticas diferentes, etc.);
- O dia seguinte - erros, acertos e aprendizado;
| Convocatórias e minutas - "justiça esportiva";
- Se o trabalho diário é bom em todas as atividades (trabalho tático, estratégia, preparação física, descanso, etc.), deve pesar mais que outros aspectos (status, hierarquias, etc.);
| Outras considerações sobre os treinamentos
- Cada vez mais "fechados"  - profissionalização contínua;
- Mais treinamentos no Miniestadi e na Ciutat Esportiva;
- Prolongar as jornadas (mais descanso, mais comidas controladas, etc.);

5) Gestão de vestiário ativa
| Código Interno - deve-se aplicar com o melhor critério e boa mão 
- É interno e, portanto, não se pode explicar como se aplica;
- Um regime policial tampouco é o melhor modelo;
| Permissões -  em caso de dúvida, o treinador deve validá-las sempre com a Secretaria Técnica;
| Modelo de capitães
- Modelo meritocrático - promover liderança e influência real sobre o grupo;
- Gestão de craques;

6) Outras responsabilidades e compromissos com o Clube a serem geridos
| Meios de comunicação
- O treinador é uma das imagens permanentes e semanais do Clube;
- É preciso ser prudente, sempre;
- Respeito aos rivais, árbitros e outras instituições em geral - jogo limpo;
- Não superutilizar os meios e criar falsas polêmicas - concentrar-se nos aspectos relevantes do jogo e do momento do time;
- Jogadores
- Zona Mista - os jogadores devem aparecer depois da partida, nos momentos de máxima audiência;
- As entrevistas coletivas dos jogadores devem ser respeitadas;
| Marketing - compromissos do Clube e individuais; buscar o equilíbrio;
| Área social;

7) Ter experiência
| Experiência acumulada em futebol de elite e internacional - como jogador e treinador;
| Qualificações pessoais elevadas em caso de falta de experiência acumulada;

8) Apoio ao bom governo do Clube
| Quanto mais informação explícita e formal, melhor;
- Plano semanal de treinamentos individuais; assistência à Zona Mista; permissões; métricas de estado físico e de saúde dos jogadores; se for necessário, um "livro de cada jogador";
| Reuniões de coordenação interna com cadência regular - fomento do trabalho em equipe e melhoria contínua;
- Do corpo técnico, preparadores físicos e médicos. O primeiro treinador decide a frequência;
- Do vice-presidente esportivo, secretário técnico e primeiro treinador: quinzenal;
- Ter pulso e identificar as necessidades da equipe principal;
| A Diretoria não influi nas decisões técnicas - nunca!
| Excetuam-se os aspectos de estratégias global do Clube;

9) Outros aspectos a valorizar no novo treinador
| Conhecimento da liga espanhola - reduzir a fase de aprendizagem durante o primeiro ano;
| Conhecimento do Clube e seu ambiente - reduzir a fase de aprendizagem do Clube;
| Experiência internacional".

"Ingla e Bergiristain foram a Lisboa para se encontrar com José Mourinho. O roteiro da entrevista foi o documento de trabalho a partir do qual se queria obter as respostas que ajudariam a determinar a escolha. A entrevista com Josep Guardiola se realizou de forma simétrica, semanas mais tarde, com a folha dos nove pontos na frente, apesar de Bergiristain conversar regularmente com ele ao longo da temporada. Johan Cruyff, que já tinha recomendado Frank Rijkaard em 2003, também pensava que Guardiola era uma boa opção".

O resto da história, todos nós já conhecemos. 

Referência

SORIANO, Ferran. A bola não entra por acaso: estratégias inovadoras de gestão inspiradas no mundo do futebol. São Paulo: Larousse do Brasil, 2010.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

"DECIFRA-ME OU EU TE DEVORO"


"Decifra-me ou eu te devoro." Trata-se de um desafio que a Esfinge de Gizé (localizada perto da grande Pirâmide de Queóps, na extremidade do planalto de Gizé, no norte do Egito). Com a frase acima desafia Édipo, para salvar uma cidade subjugada por uma esfinge (monstro mitológico) que ameaçava o povo de fome e de peste, Édipo teria que resolver o enigma proposto por ela: "Decifra-me ou eu te Devoro". Até então, o FC Barcelona vinha sendo este monstro mitológico, devorando todos os adversários que cruzavam o seu caminho.

O Real Madrid CF, treinado por José Mourinho (um grande estrategista) após ter perdido a partida do primeiro turno do Campeonato Espanhol no Camp Nou por 5 X 0, empatado no último sábado no Santiago Bernabéu em partida válida pelo returno do Campeonato Espanhol por 1 X 1, hoje pela decisão da Copa do Rei da Espanha 2010/2011, José Mourinho decifra o FC Barcelona e leva o Real Madrid CF ao título após 18 anos de espera. Com uma escalação tida pelos meios de comunicação como defensiva, o Real Madrid CF abdicou de um atacante de referência e venceu o FC Barcelona com um gol de Cristiano Ronaldo aos 13 minutos do primeiro tempo da prorrogação, num contra-ataque mortal para a defensiva do FC Barcelona.

O que pude observar hoje na transmissão do jogo, foi que o comentarista, não conhece o Modelo de Jogo de José Mourinho, que em todas as equipes por onde passou tem o seu ponto forte na Transição Ofensiva, onde em alguns segundos, consegue sair do seu campo defensivo em direção a baliza contrária e quase sempre finalizar em gol com o seu adversário (quase sempre) desorganizado defensivamente.

Mourinho relata após o jogo sobre seu sistema, ou melhor dizendo Modelo de Jogo:

"Se eu lesse muito os jornais, eu jogaria com seis atacantes hoje. Mas não mudei de ideia, não coloquei seis atacantes e joguei como pensamos que deveríamos jogar. Na minha opinião, uma grande equipe de futebol não precisa apenas ter boa posse de bola, pode ter uma boa cobertura nas laterais, bom contragolpe, boa finalização, outras coisas".

Muitas pessoas relatam que tem que existir um futebol bonito, ou como ouço por aí, o Futebol Arte, por isso José Mourinho, também chamado essa semana por uma lenda do futebol, de não ser um treinador de futebol, mas ser um treinador de títulos. Mas, pergunto: futebol não é resultados?

Existem várias formas de jogar futebol, cada treinador tem a sua. E na minha opinião, a melhor é aquela que ganha títulos.



    P.S.: eu não me lembro de qual foi a última partida do FC Barcelona sem marcar um gol se quer! Mourinho decifrou a equipe catalã, anulou as suas melhores peças e levou o título. Lembrando que, faltam mais dois clássicos pela semi-final da UEFA Champions League. Podemos analisar mais questões sobre o futebol nesses dois jogos.  


domingo, 17 de abril de 2011

CRAQUES DE 12 ANOS


Nos últimos anos, os clubes de futebol estão contratando jogadores cada vez mais jovens. De fato, pode-se dizer que foi criado um mercado paralelo de futuros jogadores. Diante da inflação do preço de transferências de jogadores já consagrados, dedicaram-se muitos esforços a criar redes de observadores espalhados por todo o mundo com o objetivo de detectar e captar jovens talentos para depois terminar de formá-los. 

Se analisarmos, com que idade é possível distinguir um jogador que tem possibilidades de chegar a ser um jogador profissional? A partir dos 12 anos.

Contratar um menino de 12 anos pode ser um investimento muito lucrativo pensando em uma transferência, especialmente em alguns países. Segundo Soriano (2010):
"No Brasil, em Porto Alegre, vi um defensor promissor com um agente que ficava com metade dos direitos econômicos por toda sua carreira esportiva em troca de uns poucos reais, uma cesta básica semanal (farinha, arroz, feijão, açúcar e ovos) e a passagem de ônibus para ir treinar."
O autor relata que, na Europa, a realidade é bem mais complicada. Adquirir os direitos de um jogador menor significa ter a necessidade de contratar advogados muito preparados, capazes de elaborar esquemas complexos para romper contratos que unem os meninos a seus clubes e simular o traslado da família ao país do clube comprador e transfer de milhões de euros. A fronteira entre futebol profissional e futebol amador está traçada de maneira bastante nítida: até os 16 anos não se pode assinar contrato profissional com nenhum jogador; dos 16 aos 18 anos podem-se assinar contratos de três anos de duração no máximo, e, a partir dos 18 anos, podem-se assinar contratos de trabalho normais. Apesar disso, esta fronteira ficou diluída a partir do momento em que, para conseguir os serviços dos talentos mais jovens, se forçou a prática amadora até desvirtuá-la. Assim, os clubes que querem contratar um jogador menor o que fazem, na verdade, é contratar o pai, oferecendo-lhe um emprego na cidade do time comprador, e este, obrigado a mudar de domícilio, apela ao direito de reagrupamento familiar para levar o seu filho.

Lembrando que, o Messi foi contratado pelo FC Barcelona aos 12 anos.

Referencia

SORIANO, Ferran. A bola não entra por acaso: estratégias inovadoras de gestão inspiradas no mundo do futebol. São Paulo: Larousse do Brasil, 2010.