Muitas pessoas estão preocupadas com o futuro e o desenvolvimento do nosso futebol. Existem muitas pessoas engajadas nessa divulgação. Mas, ainda continuamos muito focados nas partes, para mim, a musculação é um treinamento acessório, ele é muito importante, entretanto, na mais tenra idade existem outras questões mais primordiais.
Já foi tema nesse mesmo espaço de discussão que, o Brasil passou por um processo de urbanização na década de 1970. Esse processo ocasionou uma diminuição das atividades físicas por parte das crianças. Esse processo, ganhou força e com o advento das tecnologias, as crianças, principalmente as de classe média/alta vem fazendo um grande uso das tecnologias e deixando o movimento de lado.
Esse fenômeno vem sendo denominado de "Analfabetismo Motor". Termo esse cunhado pelo Professor Dr. Luiz Roberto Rigolin da Silva. O analfabetismo motor, quer dizer que as crianças estão cada vez mais parecidas com a maioria dos adultos em seu estilo de vida, sedentário. Se as nossas crianças estão cada vez mais paradas. como elas aprendem os seus movimentos? Como será a próxima geração de jogadores de futebol?
Essas perguntas devem ser feitas, principalmente pelo ambiente acadêmico, pois as vezes, parece que o ambiente acadêmico está preocupado apenas com a "biologização do esporte", desta forma, alguns parecem estar tão preocupados com os aspectos referentes a força muscular. E quanto ao ambiente de aprendizagem, o vocabulário motor dessa futura geração?
Hoje me deparei com essa notícia, que me deixou preocupado http://esporte.uol.com.br/futebol/ultimas-noticias/2015/06/26/como-uma-lenda-do-atletismo-quer-ajudar-o-flu-a-criar-craques-no-futebol.htm
Os clubes deveriam se preocupar como será a vivência motoras das crianças, para terem jogadores mais habilidosos nas categorias de base e não jogadores mais aptos fisicamente (treinamento de atletismo). Pois, a plasticidade motora ou aprendizagem motora, possibilita a toda pessoa que tenha aprendido um determinado movimento, executá-lo sem nenhum esforço. Pois, a transferência das táticas motoras do consciente para o inconsciente são absolutamente necessárias para que haja proficiência motora. E isso é processado no cerebelo. E a infância e a juventude são as melhores épocas para oportunizar essa aprendizagem.
Os ambientes de aprendizagem deveriam ganhar mais tempo nas discussões, tanto acadêmicas como, nos clubes. Pois, não é novidade alguma que a melhor Escola de Futebol do Mundo foi o Futebol de Rua. Mas, não estamos conseguindo recriar esse ambiente de aprendizagem como tínhamos antigamente. Os úteros artificiais precisam ganhar espaço de discussão e mais ações práticas para que o futuro do futebol possa ter esperança.