Abordagem de Ensino Baseada no Jogo

quarta-feira, 27 de maio de 2015

O PARADIGMA DE COMPLEXIDADE NO FUTEBOL


Algumas pessoas admitem que o futebol tem um caráter complexo. Outras, admitem que o futebol é simples, que não há nada de complexo neste esporte. O que é reconhecido como complexo é geralmente o complicado, o imbricado, o confuso e, portanto, o que não poderia ser descrito (MORIN, 2013).

Mas, se analisarmos como vem se apresentando os jogos das equipes de futebol, principalmente das brasileiras, somos obrigados a concordar que, o futebol é complexo. Do contrário, todas as equipes brasileiras estariam apresentando um bom nível de futebol. Percebo que, quando as equipes são obrigadas a propor o jogo (equipes que jogam em casa e tem que atacar) elas estão encontrando grandes dificuldades. E as equipes que jogam em uma proposta de organização defensiva/defesa organizada, tem levado vantagem nos confrontos. 

Como equipes de futebol são compostas por seres humanos, temos que levar em consideração alguns aspectos para o seu processo de ensino-aprendizagem-treinamento com base no paradigma de complexidade: 

Uno - Múltiplo, jogador, plantel; 
Todo - Partes, os momentos do jogo e os seus princípios táticos; 
Sujeito, treinador; 
Objeto, equipe propriamente dita.  


O jogador e/ou o grupo de jogadores que compõem uma equipe de futebol, tem que estar cientes de que nesse processo existirá interações e entropia, um misto de ordem e organização entre eles e o treinador/comissão técnica. Se este processo não estiver em conformação, problemas ocorrerão no Todo - Partes do jogo causando muita Desordem. O sujeito (treinador), que realiza nos dias de jogos, coleta de informações para aprimorar o treinamento durante a semana. Destarte, ainda é pouco discutida essa questão, pois, não se treina para jogar, e sim o contrário, se joga para treinar. E o objeto (equipe) com a qual o treinador e sua comissão técnica observam e coletam os dados, para que na semana subsequente, corrijam os comportamentos (conceitos) que ainda não estão bem enraizados.  

Outra questão que não pode passar despercebida é, a questão do Todo e as Partes. A frase não é nenhuma novidade para os atores que tratam o futebol pela visão sistêmica, "o Todo é maior do que a soma das Partes". Mas, as Partes com interação no processo futebol importam muito. Como ressalta Morin (2013), a problemática do sistema não se resolve na relação todo - partes, e o paradigma holista esquece dois termos capitais: interações e organização. As relações todo - partes devem ser necessariamente mediadas pelo termo interações. Esse termo é tão importante quanto a maioria dos sistemas é constituída não de "partes" ou "constituintes", mas de ações entre unidades complexas, constituídas, por sua vez de interações. 

Em uma equipe de futebol isso fica claro nos seus setores, defesa, meio-campo e ataque. Onde, deve-se haver muitas interações para que a equipe possa desorganizar a equipe contrária e conseguir o resultado favorável, tendo interações entre o Uno - Múltiplo   Todo - Partes. 

Enfim, parece que o fenômeno futebol tem algumas prerrogativas ligadas a complexidade. 

Referência

MORIN, E. Ciência com consciência. 15ª ed., Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2013. 

   

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