Chegou ao final ontem o Mundial de Clubes da FIFA 2013. E quais as lições que ficarão para o futebol dos clubes brasileiros? Pois, pela segunda vez em um período de quatro anos de disputa, um clube nacional perde para uma equipe africana de menor expressão no cenário mundial. Frustando assim, milhões de torcedores que esperavam uma disputa entre o campeão europeu e o campeão sul-americano.
Após observar os jogos desse mundial e acompanhar alguns jogos do campeonato Brasileiro 2013, constatei que, existente uma discrepância muito grande entre o JOGAR futebol das equipes nacionais com as do resto do mundo (indiferente do seu continente). As nossas equipes esperam por lampejos individuais, por exemplo: "O Ronaldinho Gaúcho pode resolver a qualquer momento!" "A jogada de bola parada é a nossa arma!" Contextos que dependem mais do indivíduo do que da equipe (coletivo).
Enquanto isso, o resto do mundo já percebeu (e coloca em prática) o jogo como ele deve ser tratado, coletivamente. Não dissociando ataque da defesa (talvez por isso o Atlético-MG tenha dado tanto espaço para o Raja fazer a transição ofensiva da maneira como fez); não dissociando defesa do ataque. Sabendo que não tem tanta qualidade individual eles buscaram um algo mais, o coletivo. Mantendo suas linhas intersetoriais próximas (defesa próxima do meio-campo, meio-campo próximo do ataque, ataque ajudando para recuperar a posse da bola no mesmo setor da perda) formando um bloco, uma equipe compacta, que é o que o futebol dos dias de hoje no mínimo exige. E isso só pode ser observado com um certo nível de complexidade.
Talvez esse mundial de 2013 possa esclarecer algumas questões sobre o futebol que muitos profissionais no Brasil já conhecem (escrevem, disponibilizam, trocam informações) mas, alguns clubes ainda insistem em não observar. Entretanto, já começam haver algumas mudanças em clubes do primeiro escalão nacional, contratando treinadores que possuem esse olhar da complexidade que o JOGAR exige. Sucesso a esses profissionais!
O futebol nacional de clubes precisa despertar, perceber que o perder e o ganhar vai muito além das orações pré jogos. Que o treinar durante a semana, tem que ser mais aproveitado para níveis coletivos (o que fazer em posse da bola, o que fazer sem a posse da bola, quantos atacam, quantos defendem, que os passes tem que ser realizados para superar linhas de jogadores adversários, entre outras questões). Esse mundial pode nos mostrar muitas lições, mas, apenas para aqueles que querem enxergar!