Abordagem de Ensino Baseada no Jogo

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

DEFENDER ... ATACANDO


No II Seminário de Futebol realizado pelo Grêmio Football Porto Alegrense, o autor Nuno Amieiro explanou sobre a Defesa à Zona. Se a defesa à zona parece ser a opção mais adequada de defender para garantir equilíbrio ofensivo na defesa, importa perceber que preocupações devem existir na organização ofensiva para que o equilíbrio defensivo no ataque seja mais adequadamente efetivado.


Para Guilherme Oliveira (2004) apud Soares (2009), o momento de organização ofensiva é caracterizado pelos comportamentos que a equipe assume quando de posse de bola com o objetivo de preparar e criar situações de forma a marcar o gol.


Para Garganta & Pinto (19980 apud Soares (2009), quando a equipe tem a bola deve adotar os seguintes comportamentos :

  •  Penetração: verificar se existe possibilidade de finalizar ou espaço livre de progressão para a baliza contrária;
  • Cobertura Ofensiva: criar situação de superioridade numérica junto da bola através da inclusão de um segundo atacante;
  • Mobilidade: criação de linhas de passe de modo a construir situações possíveis de penetração; e
  • Espaço: tornar o jogo mais aberto, com maior amplitude, em largura e profundidade, criar linhas de passe de forma a obrigar a defesa a flutuar e a ter maior dificuldade em criar situações de superioridade numérica.

Concordo com Soares (2009) que, tal como na defesa à zona não existe apenas uma forma de defender à zona, também acreditamos que nos momentos de organização ofensiva perspectivados segundo a posse e circulação de bola, suportadas pela ocupação total do espaço de jogo,tal concordância também não existe. Se todos somos seres diferentes e temos ideias diferentes, a posse e circulação de bola não será realizada do mesmo modo por todos os treinadores.

Jesualdo Ferreira (2004) apud Soares (2009) defende que, defender bem é, em primeiro lugar, a equipe estar bem posicionada no momento em que tem a posse de bola, porque ao perdê-la, estará em boas condições de a poder recuperar rapidamente. Para o autor existem uma série de mecanismos defensivos que se devem começar a articular no momento em que a equipe ganha a posse de bola e entra no processo ofensivo.

Amieiro (2004) apud Soares (2009) acrescenta que só o posicionamento em função da bola permite que, no momento da perda, mais importante que em superioridade numérica, a equipe esteja em superioridade posicional e temporal e explica que o fundamental no equilíbrio defensivo no ataque é a existência permanente de um equilíbrio posicional no seio da equipe, o qual se traduz na ocupação cuidada e inteligente dos espaços de ataque, no sentido de permitir uma reação rápida  e eficaz à perda da posse de bola, ou seja, trata-se de assegurar a permanente gestão coletiva do espaço e do tempo de jogo, com vista ao domínio dos momentos de transição ataque-defesa.

Mas para que possa haver esses mecanismos na equipe, temos que treinar em conformidade para que isso aconteça na equipe

Referência

SOARES, Pedro. Transições: uma instantaneidade suportada pelo "equilíbrio" ...a representatividade da fluidez que o "jogar" deve manifestar. Porto. Dissertação de Licenciatura apresntada à Faculdade de Desporto da Universidade do Porto, 2009.

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