Abordagem de Ensino Baseada no Jogo

domingo, 8 de março de 2015

VIVÊNCIAS DE FUTEBOL


"Quem só teoriza não sabe, quem só pratica repete, o saber acontece
da união entre teoria e  prática."
Manoel Sérgio

Na busca por mais entendimento sobre futebol, fui honrado com uma oportunidade de estágio na categoria Sub 23 do Coritiba Foot Ball Club, comandada pelo Tcheco e na oportunidade, auxiliado por Eduardo Barros. Foram dez dias de muito aprendizado, podendo acompanhar, desde a introdução dos trabalhos de campo, conversas sobre assuntos relacionados à melhoria dos processos de treinamento na categoria, referente aos trabalhos executados e a sua influência no sistema energético dos jogadores e a sua utilização dentro do desenrolar do microciclo para um melhor aproveitamento da forma de jogar. Além, de observar o comportamento dentro do vestiário de um clube grande. 

  
Experiências essas, que eu vou levar para toda a minha vida, seja profissional na atuação no futebol, como na minha vida acadêmica. Quero agradecer publicamente ao Tcheco, por ter oportunizado esse grande momento. Ao Eduardo Barros, por tê-lo conhecido pessoalmente (antes nos conhecíamos  por trocas de e-mail) e ter a oportunidade de observar os seus trabalhos práticos com muita propriedade de conceitos. 


Nesta última semana que passou, participei de mais uma Clínica para professores da Escola Furacão do CA Paranaense, onde tive a oportunidade de conhecer e conversar um pouco com Marcelo Lins, ex-preparador físico do Bayern de Munique. Conversamos sobre o Functional Movement Systems (FMS), dá importância da sua aplicabilidade nas categorias iniciantes para a correção de possíveis movimentos praticados errados e a prevenção de possíveis lesões futuras. 

Por essas pequenas vivências de futebol que tive, posso concluir que, o futebol brasileiro possui profissionais que pensam um futuro melhor para o nosso futebol. Em todas as conversas que tive, pude observar que o discurso está voltado para os conceitos de futebol para as equipes e que o futebol europeu está na nossa frente por causa da falta de conhecimento desses conceitos por treinadores e jogadores. 

Por isso, temos que teorizar e praticar, para podermos evoluirmos o nosso futebol e competir de igual com os europeus. 

domingo, 1 de fevereiro de 2015

MUDANÇAS



"O conhecimento é, portanto, um fenômeno multidimensional, de maneira inseparável, simultaneamente físico, biológico, cerebral, mental, psicológico, cultural e social." 
                                                                                             Morin, 2012.


Me chama atenção um processo de mudança que vem acontecendo no futebol do Estado do Paraná. Onde, o Clube Atlético Paranaense disputa pelo terceiro ano consecutivo o campeonato estadual com a sua equipe Sub 23. Hoje, o Coritiba Foot Ball Club também insere essa categoria no departamento de futebol do clube. E mais, o Coritiba Foot Ball Club, contrata João Paulo Subirá Medina para ser o CEO do futebol do clube. Medina diz que a primeira medida será dissecar o departamento de futebol. “Sem o diagnóstico correto, a chance de dar o remédio errado é muito grande.” 

O Clube Atlético Parananense, cria o Departamento de Inteligência do Futebol (DIF) cuja missão é, identificar a forma como o clube jogava durante as suas maiores vitórias e após isso criar o Modelo de Jogo (MJ) mais apropriado para o clube. O departamento de captação do clube, busca os jogadores para se integrarem na sua categoria de base com alguma identificação com os conceitos que fazem parte do MJ adotado pelo clube. E segundo o professor Marcelo Vilhena (coordenador das categorias de base, auxiliar técnico do grupo principal e técnico da categoria Sub 23 que disputa o estadual), o clube está vivendo um processo de integração com todas as comissões técnicas para um bem maior que é, o MJ adotado pelo clube. 

Com esses dois exemplos da dupla ATLETIBA da capital paranaense, podemos afirmar que, existe um processo de mudança em alguns clubes de futebol do país. Esse processo pode demorar um pouco para trazer resultados (como os torcedores frisam, que são títulos), o importante é que, parecem estar surgindo novas diretorias nos clubes de futebol que estão mais preocupadas com o processo de formação e utilização desses jogadores que ultrapassam a casa dos vinte anos (Sub 20) que é conhecido por alguns como o "cemitério da base". 

Destarte, esperamos que esses dois processos que estão em curso (um, pouco mais adiantado e outro que se inicia) tenham grandes frutos, com excelência na formação e utilização de alguns jogadores nos seus grupos principais e por que não, conquistas de títulos estaduais. 

Referências

http://www.gazetadopovo.com.br/esportes/conteudo.phtml?id=1521845&tit=CEO-quer-achar-o-remedio-certo-para-curar-o-Coritiba-

http://www.gazetadopovo.com.br/m/conteudo.phtml?tl=1&id=1529874&tit=Vilhena-leva-experiencia-de-professor-ao-comando-do-Atletico

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

JOGO FRACTAL PARA CRIAÇÃO DE SUPERIORIDADE NUMÉRICA E FINALIZAÇÃO


Conteúdo: Criação de superioridade numérica para poder finalizar. Movimentação constante dos jogadores para criar o hábito de apoiar o colega, tanto defensivamente quanto ofensivamente. 

Descrição

Número de jogadores 8 (3:3 + 2 goleiros)

Equipes com 3 jogadores. O objetivo é marcar o gol, mas para poder finalizar tem que estar em superioridade numérica no setor da baliza (as duas equipes podem marcar nas duas balizas). Para recuperar a posse da bola é necessário também criar superioridade numérica no setor onde se encontra a bola. O espaço que separa os dois setores pode variar de tamanho. Sua existência é para evitar que os jogadores possam ficar "sobre a linha" passando de um setor para o outro sem mudar a sua função (ofensiva e defensiva). 

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

FORMAÇÃO: A INFLUÊNCIA DA ESTRUTURA FORMAL NA LÓGICA INTERNA DO JOGO


Mais um ano se inicia e a discussão sobre a forma como acontece a Formação no futebol nacional continua. Vejo algumas ações esparsas de discussões mais relevantes sobre o tema, alguns poucos grupos de estudos, poucos clubes começando a entender que existem novas metodologias de trabalho referente ao futebol. Mas, o formato das competições e formas de treinamento ainda utilizam apenas a estrutura formal do futebol de 11.

O que quero dizer com isso, a estrutura formal ou lógica externa, definida por características externas comuns a todos os esportes coletivos: como bola; espaço; tempo; adversários; companheiros; objetivos e regulamento.

Com idade cada vez mais precoce, observamos a introdução das crianças e adolescentes no jogo de futebol sempre respeitando a estrutura formal do jogo de futebol, principalmente nas competições. A bola de tamanho adulto, espaço de jogo igual ao dos profissionais e o regulamento segue os mesmos critérios (inclusive a regra 11). 

Destarte, se apenas observamos a influência da estrutura formal na lógica interna do jogo, por exemplo, o centro do jogo, isso fica mais claro. Podemos definir como centro do jogo aquela situação em que se encontram jogadores que estão em disposição de intervir de maneira iminente sobre a bola, e o fora do centro de jogo seriam todos aqueles jogadores que não tem uma possibilidade de intervenção imediata sobre a bola. 

 Legenda: ACB= Atacante com Bola; DACB= Defensor do Atacante com Bola; ASB= Atacante sem Bola; DASB= Defensor do Atacante sem Bola; DSB= Defensor sem Bola. 

Com base no centro do jogo, podemos inferir sobre as possíveis modificações das competições e/ou no formato de treinamento. Levando em consideração as mudanças nas diferentes modalidades de futebol, futebol de 5, futebol de 7 e futebol de 11, implicarão mudanças na estrutura funcional, e como tal, podem e devem adaptar as características evolutivas sobre as idades determinadas.

Quanto à questão de funções em uma equipe, partindo da questão do centro do jogo:
  •  Futebol de 5: Atacante com Bola no centro do jogo; Atacante sem Bola no centro do jogo; Defensor sem Bola no centro do jogo. 
  • Futebol de 7: Atacante com Bola no centro do jogo; Atacante sem Bola no centro do jogo; Atacante com Bola do centro do jogo equilíbrio; Defensor no centro do jogo; Defensor sem Bola no centro do jogo equilíbrio.
  • Futebol de 11: Atacante com Bola no centro do jogo; Atacante sem Bola no centro do jogo; Atacante sem bola fora do centro do jogo; Defensor no centro do jogo; Defensor sem Bola no centro do jogo; Defensor fora do centro do jogo. 

O grande número de jogadores que apresenta a modalidade de futebol de 11 dificulta a comunicação motriz entre os distintos jogadores, entretanto, a redução sem empobrecimento do número de jogadores facilita que todos os jogadores possam estabelecer essa comunicação motriz e também motivar a prática de treinamentos e competições em idades precoces. Mas, isso é apenas uma pequena amostra da complexidade dessa modalidade. 




 

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

JOGO FRACTAL PARA GERAR VANTAGENS A PARTIR DOS CENTRAIS


Conteúdo: Gerar vantagens a partir dos zagueiros centrais. Procurar jogadores livres de oposição durante a progressão da bola. Reconhecer o jogador livre de oposição.

Descrição 

Número de Jogadores 17 (6:6 + 5 curingas)

Jogo Fractal 6 vs 6 + 5 curingas distribuídos como no campograma acima. Objetivo, chegar permanentemente ao setor contrário. Os defensores devem defender unicamente no seu setor demarcado. Tarefa indicada para começar a familiarizar-se com as possibilidades de avançar no campo criando vantagens desde a linha de defesa.