Abordagem de Ensino Baseada no Jogo

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

COMENTÁRIOS SOBRE O SISTEMA 1-4-3-3


O sistema de jogo é ótimo para desenvolver uma boa fase de ataque, além de respeitar os cinco princípios de tática ofensiva, garante muito espaço sobre a frente ofensiva oposta que possui só atacante central, assim pode-se criar inserções e recortes (mudanças de direção para as zonas centrais do campo, horizontais) por parte dos meios-campos e dos atacantes da ala, os espaços criados ao lado do centro-avante servem para realizar diagonais e verticais, sempre considerando atentamente a importância do tempo de ação, toda manobra de ataque baseia-se sobre a coordenação de movimento dos três atacantes, que como se observará mais adiante, multiplicam-se as situações ofensivas.

CARACTERÍSTICAS DOS JOGADORES

O centro-avante, deve possuir uma grande presença física, sendo que deverá sustentar todo o peso de frente do ataque, além de ser muito habilidoso ao receber os lançamentos e servirá de apoio para as triangulações e servir de recorte para jogar por trás dos defensores adversários, quando o drible de seus companheiros é realizado para as zonas horizontais do campo.

Os pontas devem se caracterizar pela velocidade, controle e por boa finalização, além de uma ótima habilidade em situações de 1:1. A velocidade deve ser explorada sobretudo quando se ataca em velocidade às marcações centrais adversárias, ou em situações de infiltração com a bola dominada e tocada de pé em pé, o controle é necessário quando recebem a bola de um meio-campo ou qualquer outro jogador, alternando as zonas laterais ou centrais do campo. O sentido de finalização é utilizado para tirar proveito do espaço atrás das linhas defensivas adversárias e penetrar em condições de finalização na área, por isso os três atacantes resultam de fundamental importância e assim se atua no 4-3-3.

O meio-campo criador que atua na frente da sua defesa, é útil na armação das jogadas curtas e longas e colocar a bola no chão, ele deve dar o ritmo adequado à equipe e atuar como “criador das jogadas” de sua equipe, é difícil que se projete na zona de definição (mas não impossível), e é, responsável pelo primeiro combate quando se perde a bola.

Os alas atuam como meias que jogam em todo campo, a característica principal é ser muito versátil, seja na fase de ataque como na zona defensiva. Na fase de ataque, deveriam ser hábeis para posicionar-se, seja nos espaços centrais, ou na diagonal criada pelos movimentos dos pontas, além de possuir uma mentalidade ofensiva permanente, capacidade de penetração, boa finalização e passe, os quatros defensores, sendo que a equipe é obrigada a defender-se com sete jogadores, entre os quatro defensores e os três meias deveram demonstrar ser eficazes na marcação a respeito de quem joga no 4-4-2, além que não é fácil um quinto homem, escalado na parte defensiva, pois será inevitável possíveis encontros de 2:2 no meio campo.

Além de ter uma boa diagonal defensiva larga. Que significa que o primeiro defensor central, fará a cobertura de seus companheiros, a diagonal central ficará mais curta, e os dois zagueiros (esquerda e direita) devem realizar uma marcação escalonada sobre os atacantes adversários.


A PROJEÇÃO E OS MOVIMENTOS DOS 3 ATACANTES


Para realizar uma boa ação de ataque é necessário considerar os fatores reais de tempo, espaço e modo:


● TEMPO: saber sobre todo o momento apropriado para desmarcar-se, por exemplo, quando o jogador que conduz a bola, levanta a cabeça para olhar o panorama do jogo, seja antes de receber a bola, no seu tempo, somente quando o olhar de quem vai passar a bola, vá em direção do receptor, aí sim se realizará o movimento de desmarcação. O movimento de livrar-se da marcação, com uma finta. Tem que ser efetuado este movimento com antecipação, ao jogador que vai assisti-lo, pois é fundamental sincronizar os movimentos necessários para enganar a defesa adversária, em relação ao jogador que conduz a bola.


ESPAÇO: quando se fala de espaços se deve perguntar: onde se desmarcar? Será necessário buscar um espaço vazio, como normalmente vem definida a zona de campo livre, com suficiente espaço para receber o passe.

A disposição de ataque com 3, com um centro-avante, permite ter espaços suficientes para lançar os outros dois.


MODO: através de penetrações em diagonal, que nas ações dos alas se denominam “cortes”, que são efetuados do centros para as laterais do campo, a infiltração em diagonal do atacante leva vantagem de usar seu próprio corpo para a proteção da bola, entre ele e o defensor, que por sua vez perde sua eficácia no intento da antecipação.


Para ter uma precisa sincronização na desmarcação é possível exercitar, por exemplo, implantando três meias que passam a bola entre si, as costas da meta adversária, assim não podem ver o movimento de seus próprios atacantes, quando um dos meias que tem a bola girar para efetuar o passe, o atacante deverá sugerir com um gesto onde enviar o passe, que pode ser através de um movimento de desmarcação em diagonal. Para completar o objetivo do exercício, escolher três espaços do campo onde, três defensores, quando de posse da bola buscam seu companheiro mais próximo, somente quando a bola for jogada, enquanto o atacante estava em liberdade de ação e escolha. O objetivo principal é que o atacante seja treinado para desmarcar-se, apenas a tempo para o local apropriado, as possibilidades de ação do atacante podem ser:



1. Perto do passe da bola;

2. Fintar e receber o passe;

3. Penetrar em velocidade; e

4. Projetar-se na ação ofensiva.


A primeira permite ao ala a direção de receber, pois dando as costas a meta, não pode infiltrar-se em profundidade, por tanto deve apoiar-se para compor o ataque, a segunda direção permite liberar o stopper, se a manobra de entrada é efetuada em velocidade, a terceira direção é eficaz, enquanto o corte vem efetuado as costas do rival, assim resultará em difícil recuperação da marcação, e na quarta situação, penetra-se nas costas do stopper, mas não em vertical a meta, sendo que a um espaço vazio a ser criado, assim que o central vai se deslocar para trás e não ocorrerá a conclusão imediata da ação. Quando o ala recebe a bola o pé, sendo que se encontra em um espaço vazio (zagueiro não acompanhou de perto), tem duas possibilidades: o 1:1 ou a triangulação. Os movimentos de desmarcação do centro-avante devem ser para sair da zona do stopper , posicionar-se no centro do campo, para servir de apoio ao que conduz a bola, ou através do centro avançando rumo à meta, quando a bola está de posse dos alas.

Explicado estes aspectos fundamentais relativos aos espaços e tempos, efetuado previamente em explicações de Ardósia, a continuação se propõem algumas combinações ofensivas, a partir dos três atacantes, para sucessivamente adicionar mais jogadores, até obter um desenvolvimento ótimo de jogo de 11 contra 11.

Na configuração de base do 1-4-3-3, podemos notar que as triangulações que formam os jogadores graças ao escalonamento que se cria naturalmente, isso se nota através da amplitude no ataque e os espaços livres ao lado do centro-avante.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

CAMPANHA NA III COPA PAULO RINK



Chegou ao fim ontem (15 de novembro) mais uma edição da Copa Paulo Rink. Competição oficial das Escolas de Futebol do Clube Atlético Paranaense. Essa edição foi disputada no município de Cornélio Procópio no Estado do Paraná.

A equipe Sub 15 teve uma campanha memorável, disputando seis partidas em quatro dias, somando 12 gols (média de 2 gols por partida) e sofrendo apenas 1 gol.

Primeira Fase

A estreia foi no sábado dia 12/11 no período da manhã contra a Escola de São Luiz do Maranhão, onde conseguimos uma grande vitória pelo placar de 4 X 0. No mesmo dia no período da tarde, enfrentamos a equipe da casa, Cornélio Procópio, mais uma vitória por 1 X 0. No domingo pela manhã, enfrentamos a equipe de Porto Alegre, outra vitória pelo placar de 2 X 0.

Quartas de Final

Segunda-feira pela manhã nas quartas de final voltamos a enfrentar a equipe de Porto Alegre, outra vitória por 2 X 0. Avançamos para a Semifinal.

Semifinal

Segunda-feira no período da tarde enfrentamos a equipe de Francisco Beltrão, que havia eliminado a equipe de Curitiba, fizemos um jogo perfeito, vitória incontestável pelo placar de 3 X 0 sem dar chances para o adversário.


Final

Na terça-feira pela manhã, enfrentamos a equipe de Santa Helena, valendo o título da III Copa Paulo Rink. Num jogo muito disputado, sucumbimos perante um contra ataque do adversário na metade do segundo tempo. Após sofrermos o gol, fomos com todas as forças para cima do adversário, que se fechou muito bem e garantiu o título para o município de Santa Helena. Um segundo lugar honroso. Minha equipe teve o ataque mais positivo (12 gols em 6 jogos) e a defesa menos vazada (1 gol em 6 jogos).  Agradeço a todos os meninos que disputaram com muita dedicação essa competição. Ano que vem tem muita coisa boa pra acontecer. 



quarta-feira, 2 de novembro de 2011

JOGO CONCEITUAL PARA VALORIZAÇÃO DA POSSE DA BOLA

Princípio: Valorização da Posse da Bola e Retirada do Setor de Pressão

Sub-Princípio: Técnica do Passe e Domínio

Complexidade: 3 (média alta)

Objetivo: Equilíbrio Posicional

Tempos: 4 X 5'

Adaptação Biológica: Mobilidade Específica

Materiais: Discos. coletes e bolas

Descrição

Número de Jogadores 12 (8:4)  Dimensões: 30 m X 20 m

Jogo Conceitual 8:4. Onde dentro do espaço demarcado ocorrerá um 2:4 e fora do espaço estarão posicionados 6 curingas (2 em duas laterais do espaço e 1 em cada uma das duas restantes). A equipe de posse de bola (6 + 2 de dentro do espaço) tentam manter a posse da bola sob oposição dos 4 defensores somando pontos a cada oito passes realizados. A equipe defensora, quando recuperar a posse da bola deve circulá-la perante a oposição dos dois jogadores de dentro do espaço 






sexta-feira, 21 de outubro de 2011

JOGO CONCEITUAL DE POSSE E CIRCULAÇÃO DE BOLA EM FORMATO DE LOSANGO



Vídeo explicativo do Jogo Conceitual postado na semana passada! Espero que as dúvidas sejam sanadas.

Abraços!

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

JOGO PARA A POSSE E CIRCULAÇÃO DA BOLA EM FORMATO DE LOSANGO

Princípio: Posse e Circulação da Bola


Sub-Princípio: Técnica do Passe


Complexidade: 3 (média alta)


Objetivo: Velocidade Coletiva,  Linhas de Passes e Passes a primeiro toque


Descrição

Número de jogadores: grupos numerosos


Jogo Conceitual de passes a primeiro toque, onde a equipe deve construir no gramado um desenho de losango, para que desta forma tenha um bom jogo posicional, uma boa leitura do jogo. Trabalho bom para melhorar a capacidade de usar indistintamente os dois pés, um bom controle e ótima qualidade de passe. O jogo começa como mostra a figura (1º passe) em um losango a esquerda e no outro para a direita. O 2° passe, no losango que começou a esquerda, passa para a sua esquerda, após dois toques na bola, o 3º passe volta para quem passou pela 2º vez a primeiro passe e este vira o jogo de esquerda para o lado contrário a primeira passe, este o 5º passe, faz a parede e quem fez o 3º passe desloca e realiza o 6º passe para onde iniciou o jogo.

Variação: após aprendido as movimentações, incluir um marcador no centro do losango e fazer o mesmo processo. O jogador que erar o passe vai marcar no lugar de quem estava marcando.



domingo, 9 de outubro de 2011

METODOLOGIA EM TREINAMENTO DE FUTEBOL: uma questão epistemológica


O processo de preparação das equipes no Futebol envolve um conjunto de procedimentos e decisões que resulta da forma como se vê o jogo e o treinamento.

 
Em conseqüência disso, Filipe Martins (2003) in Gomes (2006), identificou a existência de várias tendências de treino: a originária do Leste Europeu (LE), a originária dos países do Norte da Europa e América do Norte (NE), a originária dos países Latino-Americanos (TI) e por último, uma “tendência” denominada de Periodização Tática.

A primeira tendência, oriunda dos países do Leste da Europa, caracteriza-se pela divisão da época desportiva em períodos, estruturados para atingir “picos de forma” em determinados momentos competitivos. Para, além disso, este modelo de preparação confere primazia à variável física, assente numa preparação geral e sem qualquer ligação com a forma de jogar. Deste modo, preconiza um processo abstrato centrado nos fatores da carga física, através de métodos analíticos.

A segunda tendência de treino, com origem nos países do Norte da Europa e América do Norte (NE), tentou transcender o caráter universal da primeira tendência, dando grande importância ao desenvolvimento das capacidades físicas exigidas na competição, definindo-as de específicas. A partir daqui, exacerbou-se a avaliação das cargas através dos testes físicos procurando conhecer assim, a forma dos jogadores. Para, além disso, esta tendência de treino caracteriza-se por desenvolver a variável física, técnica e psicológica em separado.

Contrariando este caráter analítico, surge nos países Latino-Americanos uma tendência designada de “Treino Integrado” onde os aspectos físicos, técnicos e táticos são desenvolvidos conjuntamente. Deste modo, procura promover uma maior semelhança com as exigências da competição conferindo uma grande importância ao Jogo e à sua especificidade. Contudo, esta concepção não deixa de ser abstrata uma vez que se refere a um Jogo geral a partir do qual se faz a estruturação do processo de treino.

A denominada Periodização Tática é uma concepção de treino e competição para o futebol que tem sido preconizada pelo professor Vítor Frade. A Periodização Tática é uma Metodologia de Treinamento que surge há mais de trinta anos na cabeça do professor Vítor Frade quando, através de experiências que lhe ocorreram, começa a questionar as metodologias de treinamento existentes até o momento.

O professor Paco Seirul-lo (Preparador Físico do FC Barcelona) relata que durante trinta da sua vida tem procurado incessantemente o que poderíamos chamar uma nova, ou ao menos diferente, teoria de treinamento, que explique, descreva e conforme, o treinamento específico para os desportos chamados de equipe, e que fora realmente distinto da Teoria Geral do Treinemento. Durante este tempo, de elaboração e aplicação de modelos preconizados pela Teoria Geral do Treinamento, temos identificado múltiplos conflitos para sua completa utilização no treinamento dos desportos de equipe, o que nos tem proporcionado conformar um Teoria Especial. Para isso, nos temos nos apoiado das ciências que tratam de aumentar o acervo de conhecimentos sobre a complexidade do ser humano que obteve um aumento no último terço do século passado.

Estes conhecimentos, nos tem levado a concluir que as chamadas "ciências da complexidade" apoiam os utensílios científicos suficientemente válidos para intervir na compreensão de todo tipo de acontecimentos que aparecem na prática dos desportos de equipe.

Graças a eles, podemos obter certas premissas aplicáveis ao estudo e implantação de métodos de treinamento que proporcionem conhecimento e níveis ótimos na prática dos desportos de equipe.

Essas premissas se concentram em:
  •  O paradigma clássico não é válido para identificar as estruturas interativas dos jogos que por seu dinamismo só podem ser identificados pelo paradigma da complexidade;
  • Ainda que possamos construir  uma teoria especial para todos os desportos de equipe, cada desporto deve propor e desenvolver elementos específicos dentro deste âmbito, pois estas devem ser ajustadas e compatíveis com a especificidade com que cada regulamento permite desenvolver o jogo;
  • Para o estudo de todos os desportos de equipe, temos que centramos na pessoa do desportista, em como aqueles critérios específicos de seu desporto comprometem a sua natureza humana, ou que, sem dúvida, nos coloca a necessidade de elaborar conhecimento sobre o desportista tanto ou mais que no desporto que ele prática;

Sendo assim, qualquer meio ou sistema específico de treinamento deve se ajustar  as condições de complexidade implicítas na informação e interações que vão aparecendo durante a competição, entre os jogadores, o meio e o objetivo utilizados na prática. Qualquer dos meios e tecnologia de avaliação de rendimento, tem que focar nos aspectos qualitativos específicos, e não nos quantitativos, que são próprios da Teoria Geral, sem esquecer nunca o cárater particular e eventual dessas informações.

Temos que ter a preocupação de propor metodologias guias para a planificação do treinamento, que atendam as necessidades da competição, tanto como a preservação da vida desportiva dos jogadores.

Com estas premissas, desenvolveremos as condições de compreensão e treinamento de todos os desportos de equipe, e, em especial, do futebol, que é um desporto que necessita de um "jogo perfeito". Podemos colocar este rótulo nas suas condições de prática e nível motor complexo informativo, o que compromete a totalidade das estruturas conformadoras do ser humano, é necessária co-evolução sistêmicas e sub-sistêmicas hierarquizadas por critérios espaço-temporais específicos do jogo de futebol.

A metodologia de treinamento empregada para o futebol, deve-se valer da organização de jogo da equipe, e esta organização, é a Inteireza Inquebrantável, em que o todo seja superior à soma das partes quando estas são consideradas isoladas umas das outras.


Referências


CANO, Óscar. El modelo de juego del FC Barcelona. MCsports, 2004. 

GOMES, Marisa S. Do Pé como Técnica ao Pensamento Técnico dos Pés Dentro da Caixa Preta da Periodização Táctica – um Estudo de Caso. Dissertação de Licenciatura na FCDEF, 2006.



   








    


quinta-feira, 29 de setembro de 2011

COMO O FUTEBOL EXPLICA SANTA CATARINA

Hoje vou relatar uma pesquisa que venho desenvolvendo com o auxílio do Professor Dr. Marcos Antônio Mattedi (Dr. em Sociologia pela UNICAMP), no Programa de Mestrado em Desenvolvimento Regional na Universidade do Contestado - UnC.

O presente estudo pretende identificar as potencialidades econômicas e institucionais nas regiões catarinenses que possuem clubes de futebol que foram campeões e vice-campeões de futebol em Santa Catarina durante o período de 1960-2010. E verificar qual é a relação das potencialidades econômicas e institucionais com esse sucesso nos gramados de Santa Catarina.

O Estado de Santa Catarina apresenta seis eixos industriais claramente identificados:
  1. Oeste Agroalimentar;
  2. Norte Eletro-Metal-Mecânico;
  3. Planalto Madeireiro;
  4. Vale do Itajaí Têxtil;
  5. Sul Mineral/Cerâmico; e
  6. Grande Florianópolis Administrativo


  A promoção do desenvolvimento regional catarinense, por suas contribuições inovadoras, merece ser estudada. Santa Catarina é um caso raro, no panorama nacional, de desenvolvimento equilibrado, no qual a diversidade, o minifúndio, a microempresa e a cooperação regional têm papel de destaque. Sendo assim, o futebol catarinense parece observar a mesma lógica de conjuntura econômica. O desenvolvimento do futebol catarinense pode estar vinculado ao processo de desenvolvimento regional, porque o Campeonato Estadual de Futebol apresenta um grande número de diferentes clubes campeões e vice-campeões, bem distribuídos regionalmente, tal como acontece com o processo de divisão econômica regional, que é marcada por uma forte heterogeneidade. Diferentemente do cenário nacional, em que as regiões do Estado com maior infraestrutura e maior população detêm a grande maioria dos títulos estaduais de futebol profissional.

Ao analisar a lista de campeões estaduais de futebol profissionais, nota-se que há uma distribuição mais equitativa de campeões e vice-campeões entre as regiões catarinenses e seus respectivos times. Enumerando por cada região, se tem os seguintes resultados:

Região da Grande Florianópolis
Dois times conquistaram 14 títulos: Avaí Futebol Clube e Figueirense Futebol Clube;

Os mesmos times dividem 10 vezes o vice-campeonato estadual.

Região Norte
Dois times somam 13 títulos: América e Joinville Esporte Clube (JEC)

Três chegaram ao segundo lugar em 7 oportunidades: América, Caxias e JEC.

Região Sul
Três times chegaram 14 vezes ao título: Criciúma Esporte Clube, Metropol e Ferroviário;

Quanto às conquistas de vice-campeonatos foram 13 vezes com 4 times: Criciúma Esporte Clube, Metropol, Próspera e Tubarão.

Vale do Itajaí
Três times somam 3 títulos: Brusque, Marcílio Dias e Olímpico;

Quanto às conquistas de vice-campeonatos, 13 ao todo, que dividem-se em 6 clubes: Barroso, Blumenau Esporte Clube, Herman Aichinger, Juventus, Marcílio Dias e Olímpico.

Região Oeste
Duas equipes detêm 4 títulos: Chapecoense e Perdigão de Videira;

Quanto às conquistas de vice-campeonatos 2 times: Chapecoense e Comercial de Joaçaba.

Região do Planalto Serrano
É a região que detêm o menor número de títulos e vice-campeonatos, apenas uma vez cada e somente uma agremiação, o Internacional de Lages.

Desta forma, o que explica a grande variação de campeões e vice-campeões estaduais de futebol no Estado de Santa Catarina? É o que pretendo explicar com a minha dissertação.