É normal no futebol atual um jogador querer jogar em um grande clube da Europa. É normal nos dias de hoje, as emissoras de televisão transmitirem os campeonatos de futebol da Europa: Italiano, Espanhol, Alemão, Português, Francês, etc. Não é novidade para ninguém que, os jovens de hoje estão perdendo a identidade com os clubes nacionais.
Não é de hoje que, os países
menos desenvolvidos economicamente exportam seus grandes jogadores de futebol
para o mercado europeu. Ficando em território nacional jogadores que ainda não
despertaram interesse de mercados maiores. Sendo assim, os campeonatos europeus
têm maiores atrativos, pois contam com as estrelas do futebol mundial em campo
a cada rodada. Em suma, não exportamos o espetáculo, mas sim, exportamos os
artistas. Apoiados em Szymansky (apud OURIQUES,
2014), autor do livro Vencedores e Perdedores, sobre a indústria do esporte,
que é a bíblia para estudantes e empresas, afirma que o Brasil tem potencial de
sobra para realizar grandes campeonatos em termos de material humano. Por isso,
deveria pensar em se beneficiar muito mais com o êxodo de jogadores de futebol
ao invés de procurar contê-lo. Mesmo a saída sendo vista como inevitável, os
preços dos jogadores deveriam ser mais bem explorados pelos clubes nacionais.
Não serem comercializados por preços módicos e como potencializador dos lucros
dos clubes europeus. Por outro lado, com as melhorias feitas nos estádios para
a Copa do Mundo FIFA Brasil 2014 no quesito de conforto do público nos
estádios. Isto posto, poderia desta forma, aumentar a média de público nos
estádios e consequentemente gerar mais renda e assegurar o tempo dos jogadores
de qualidade por mais tempo (OURIQUES, 2014).
Mas, uma questão que passa desapercebida muitas das vezes no futebol é, o centro está se beneficiando da periferia não só com o "pé de obra", mas, com milhares de euros em patrocínio. Não é segredo algum que, os clubes europeus, na sua maioria possuem donos. Muitos deles oriundos da Rússia, Emirados Árabes Unidos e até da China. E, aqueles que não possuem donos, aceitam patrocínios irrecusáveis em suas camisas desses territórios.
Os territórios periféricos estão estampados nas camisas mais valiosas do futebol. Por isso, a relação território e futebol deve ser mais adensada.
Referência
OURIQUES, N. Megaeventos no Brasil, o desenvolvimento do
subdesenvolvimento e o assalto ao Estado. In: CAPELA, P. R. do C., TAVARES, E.
(Org.) Megaeventos Esportivos: suas
consequências, impactos e legados para a América Latina. Florianópolis:
Insular, 2014, p. 13-44.