Abordagem de Ensino Baseada no Jogo

sábado, 20 de novembro de 2010

MECANISMOS ESPECIAIS PARA POTENCIALIZAR SUA EQUIPE

Segundo José Mourinho:
"Num jogador inteligente, sim. Não vou pela cultura, porque a sua aquisição nada tem a ver com a inteligência. Uma metodologia orientada em função de grandes objetivos em que há uma relação íntima entre o modelo de treino e o modelo de jogo, no qual os jogadores, para perceberem o modelo de treino, tem de perceber o modelo de jogo. Quem é inteligente assimila mais depressa as coisas. Os outros podem interiorizar isso através da repetição sistemática de determinados exercícios durante os treinos. São induzidos nesse sentido. Mas a inteligência acelera o processo para adquirir esses objetivos."
Sendo assim, a metodologia de treinamento deve possuir três aspectos:
  • Perceber;
  • Pensar; e
  • Responder.
Os mecanismos perceptivos, cognitivos e cinéticos, devem estar sempre presentes na execução dos exercícios (jogos) durante as sessões de treinamento. Os exercícios tem que desenvolver os três mecanismos com eficiência e rapidez. Pois, o futebol é um jogo essencialmente tático, de tomada de decisões, os jogadores passam o jogo todo, selecionando, julgando e decidindo o que fazer, com ou sem a posse da bola. E, se isso for oportunizado e operacionalizado durante as sessões de treinamento semanal, será bem provável que o êxito desta equipe acostumada a trabalhar assim seja maior do que a equipe que trabalha na forma tradicional.



quarta-feira, 17 de novembro de 2010

JOGO DE TRANSIÇÃO COM ÊNFASE NOS CRUZAMENTOS


Princípio: Valorização da posse de bola e retirada do setor de pressão;

Sub-Princípio: Mecanismos de saída;

Complexidade: 3 (média alta);

Objetivo: Articulação intersetorial entre defesa e meio e defesa e ataque;

Tempos: 6 X 5'                                            Recuperação: 2';

Adaptação Biológica: Resistência Específica;

Materiais: Discos, coletes e bolas;

Dimensões: 1/2 campo;


Descrição

Número de jogadores 14 (6:6 + 2 goleiros)

Jogo específico 6:6. O jogo tem como objetivo manter a posse da bola e realizar a articulação intersetorial entre defesa, meio e o ataque. A equipe de posse de bola (atacante) tem que lançar a bola dentro de uma das áreas demarcadas nas laterais do campo, para poder realizar o cruzamento sem oposição e, poder finalizar. É obrigatório a bola passar por um das áreas para validar a finalização.

Jogo realizado pelo Professor Michel Huff, na época que estagiei com ele.

Abraço e sucesso Professor!




sábado, 6 de novembro de 2010

PROPRIOCEPÇÃO E TREINAMENTO DE FUTEBOL


Propriocepção é o termo utilizado para nomear a capacidade em reconhecer a localização espacial do corpo, sua posição e orientação, a força exercida pelos músculos e a posição de cada parte do corpo em relação às demais, sem utilizar a visão. Este tipo específico de percepção permite a manutenção do equilíbrio e a realização de diversas atividades práticas. Resulta da interação das fibras musculares que trabalham para manter o corpo na sua base de sustentação, de informações táteis e do sistema vestibular, localizado no ouvido interno, responsável pelo equilíbrio. A propriocepção é efetiva devido à presença de receptores específicos que são sensíveis a alterações físicas, tais como variações na angulação de uma articulção, rotação da cabeça, tensão exercida sobre um músculo, e até mesmo o comprimento da fibra muscular.

Sabendo que existe uma estreita relação entre as dimensões de propriocepção e as capacidades coordenativas, que são o objeto central do treinamento básico motor e determinam a etapa inicial da estrutura do treinamento sistemático de longo prazo para a promoção de talentos no futebol. Utilizo essa metodologia preventiva de trabalho com as equipes Sub-11, Sub-12, Sub-13, Sub-14 e Sub-15. Pois sabemos que, nenhuma modalidade esportiva desenvolve todos os grupamentos musculares de modo harmônico. No futebol não poderia ser diferente, pois seu treinamento durante os anos de formação e manutenção propicia adaptações musculares específicas e localizadas em maior proporção nos músculos flexores do quadril e extensores de joelho. Estas adaptações geram desequilíbrios musculares que por sua vez podem levar a distúrbios articulares, como por exemplo, a síndrome fêmoro-patelar.

É dado ênfase nos seguintes segmentos corporais:

· Reforço dos tornozelos;

· Reforço dos joelhos;

· Relação abdômen/paravertebrais.

A propriocepção está voltada para a melhoria na execução do movimento relacionado à utilização de bases instáveis ou movimentos que estimulem o desequilíbrio, fornecendo estímulos que adaptem a articulação e seus grupamentos musculares específicos aos movimentos inerentes ao esporte praticado (no nosso caso, o futebol).

Desta forma, demonstra-se a importância da formação acadêmica para trabalhos de iniciação esportiva com preocupação na boa formação e desenvolvimento harmonioso dos atletas.

sábado, 30 de outubro de 2010

JOGO PARA A ORGANIZAÇÃO OFENSIVA/DEFENSIVA


Princípios: Organização Ofensiva/Defensiva

Sub-Princípio: Retirada da bola do setor de pressão

Complexidade: 3 (média alta)

Objetivos: Lançamentos em profundidade e circulação da posse da bola

Tempos: 5 X 8'                                          Rec.: 2'

Adapatação Biológica: Resistência Específica

Materiais: Discos, coletes e bolas

Dimensões: 3/4 de campo

Descrição

Número de jogadores 14 (6:6 + 2 goleiros)

Jogo situacional 6:6. O jogo ocorre no espaço central demarcado de aproximadamente 30 m X 25 m. A equipe de posse de bola, tenta progredir no setor, tendo que efetuar no minímo quatro passes no interior do espaço central demarcado, para após, poder realizar o lançamento em profundidade para a finalização. Nenhum defensor pode deixar o espaço demarcado para impedir a finalizar. Sendo assim, a equipe defensora, deverá realizar marcação pressão ao homem de posse da bola para evitar o lançamento.   


sábado, 23 de outubro de 2010

JOGO PARA A ORGANIZAÇÃO OFENSIVA


Princípio: Organização Ofensiva

Sub-Princípio: Equilíbrio Posicional = Amplitude e Profundidade

Complexidade: 2 (Média)

Objetivo: Utilização do espaço entre as linhas defensivas adversárias

Tempos: 12 X 1'                                           Recuperação: 45"

Adaptação Biológica: Mobilidade Específica

Materiais: Coletes e bolas

Descrição

Número de jogadores 11 (5:5 +1 goleiro) Dimensão 1/2 campo

Jogo situacional 5:5. Onde um dos volantes realiza um passe para o meio rotativo, este faz a escora e o volante realiza um lançamento para um dos atacantes abertos em um das laterais. Assim começa a disputa contra os defensores até a finalização. Os atacantes devem buscar sempre a profundidade de jogo e os defensores utilizarem a amplitude do campo para realizar as marcações.

sábado, 16 de outubro de 2010

RELEVÂNCIA PRIMORDIAL DO TREINAMENTO NA FORMAÇÃO

"Um treinador de futebol que só sabe de futebol, é um péssimo treinador de futebol" (Autor desconhecido, citado por Mourinho, 2003).
Com base nessa citação, entro no assunto desse artigo semanal. Quando nos reportamos ao processo de operacionalização do treinamento, temos que ter em mente, quem é o responsável por isso? O cérebro. Pois segundo Caldas (1999, p. 132), quando o cérebro porcessa uma determinada informação, ativa sequencialmente, e em paralelo, um complexo arranjo de células nervosas ligadas entre si. Existe assim um componente temporal de sequenciação de entrada (INPUT) em atividades de operadores, e um componente espacial de ocupação topográfica que tem a ver com a localização desses operadores no cérebro. Podemos aceitar que quando um indivíduo se confronta duas vezes com uma situação idêntica, nas duas vezes ativará as mesmas estruturas, já que a ativação das células nervosas é um processo desencadeado pelas ocorrências do mundo exterior que podemos quase considerar um processo adaptativo automático. 

Entrando agora no campo da sociologia, (que fará parte no processo da minha Dissertação de Mestrado), preciso relatar Bourdieu, que diz o seguinte:
"(...) O habitus designa as capacidades inventivas e criativas dos atores sociais, um conjunto de disposições carregadas pelos atores na sua trajetória de vida, sendo também as estruturas estruturantes incorporadas pelos atores sociais em campo da vida social. É a capacidade do indivíduo atuar como agente da estrutura social, como criador e não apenas como simples reprodutor das estruturas dadas" (Bourdieu, 1996, p. 203-211).
Para que possamos melhor compreender essa noção de habitus no futebol, devemos entender o processo de formação de um jogador de futebol. Rodrigues (2002), bem o fez desta forma:
 "(...) a aprendizagem do jogador compreende um habitus, isto é, um capital com o qual ele joga, classifica e constrói realidades. Os jogadores levam a estrutura do clube a que pertence em suas trajetórias. Consciente ou inconscientemente, ele reproduz a maneira e o estilo de jogar do clube formador ou daquele no qual está atuando (...)" (Rodrigues, 2002, p. 28).
Percebemos assim, a importância da formação naquilo que deve ser o entendimento do JOGO na sua essência. O sucesso de escolas de formação como a do Ajax encaixa nesta lógica de estimulação precoce de uma ideia de jogo própria treinada desde bem cedo pois isso facilitará a sua evocação na idade adulta.

Desta forma, explica-se as dificuldades de adaptação de alguns jogadores quando são negociados. Essas dificuldades de adaptação podem ser causadas por diferenças culturais. Assim, o bom jogador no Brasil pode não ser na Inglaterra, porque pode demorar muito tempo para codificar em seu cérebro um estilo de jogo e fazer desaparecer o antigo que já estava enraizado.

Fica assim, evidenciada a relevância primordial do Treinamento na Formação que busca o que será o JOGAR de uma equipe. Pois será ele o responsável pelo sentido de familiaridade e reconhecimento que conduzem aos mesmos padrões de ativação que às decisões exigem durante uma partida de alto nível.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

CAMPANHA NA II COPA PAULO RINK


Chegou ao fim hoje pela manhã a II Copa Paulo Rink. Minhas equipes tiveram uma participação modesta no Sub-14 e Sub-12. Já o Sub-13 teve uma campanha impecável, onde realizaram seis partidas, tendo cinco vitórias:
Fase Classificatória
 Porto União 3 X 0 Fazenda Rio Grande
 Porto União 1 X 0 Cornélio Procópio
 Porto União 2 X 0 Ponta Grossa

Quartas de Final  
Porto União 1 X 0 São Paulo

Semi-Final
Porto União 2 X 0 Cornélio Procópio

E hoje pela manhã enfrentamos a equipe de Curitiba (categoria de base) na final e não suportamos o volume de jogo dos adversários, e, sucumbimos num fatídico, Porto União 0 X 4 Curitiba. Mas, como já relatei, enfrentamos à equipe da categoria de base Sub-13, lembrando que a minha equipe é uma Escola Oficial do Clube que treina duas vezes na semana. Assim, aproveito para agradecer a todas as equipes que participaram da competição, agradecer aos meus atletas, que se portaram dignamente e representaram muito bem o município. Agradeço ao Clube Atlético Paranaense pela iniciativa da realização de uma competição desse porte, desta forma o clube poderá ter muitos meninos bons de bola e formados como cidadãos.