Abordagem de Ensino Baseada no Jogo

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segunda-feira, 6 de novembro de 2023

PONTO DE MUTAÇÃO PARA O RETORNO ÀS ORIGENS DO FUTEBOL BRASILEIRO

 


Não tenha pressa, mas tenha rumo. Demorar é diferente de se perder (GIL PINNA).

Vivemos num período cultural de aceleração, uma perversidade da pressa. A qual exerce a sua influência sobre tudo (no futebol um impacto tremendo), ajudando deste modo a perceber como este "mal da pressa" afeta igualmente o futebol. Na formação, devemos observar que muitas vezes estamos submetendo esses jovens a uma formação "psicótica" e ou "depressiva", que poucas vezes (na maioria dos casos) não deixam os meninos desfrutar do jogo por querer alcançar objetivos imediatos e isso repercute na interiorização de erros, que posteriormente serão dificilmente corrigidos. Destarte, esse processo deve ser a longo prazo.

O "mal da pressa" também assola os trabalhos dos treinadores, poucos clubes tem a paciência de oferecer o tempo necessário para a implantação do modelo de jogo e suas nuances (que na nossa opinião carecem de no mínimo oito meses), o que, num mundo ideal todos os treinadores deveriam ser mantidos nos cargos no mínimo por duas temporadas (vinte e quatro meses) para após isso serem cobrados quanto ao resultados dentro do processo. Afinal os treinadores não vendem pão vendem fermento.

Outra questão que também parece dificultar esse processo dos treinadores é o fenômeno da globalização. Isso nos leva a homogeneização, o que no Brasil nos levou a perda da nossa identidade futebolística e em alguns casos em uma "europeização" do futebol brasileiro. Na figura acima temos uma linha do tempo onde, em 1970 encantamos o mundo com o tricampeonato mundial no México com Mário Jorge Lobo Zagallo, em 1982 não conseguimos o título com Telê Santana, mas na nossa humilde visão ficou um legado de modo de praticar o futebol (mas a maioria das pessoas do futebol parecem não ter percebido isso) e o resto da história nós conhecemos. Em 1992 e 1993 o São Paulo Futebol Clube vence duas Copas Libertadores da América consecutivas sob o comando de Telê Santana (o que nos remete a citação inicial) e dois Mundiais Interclubes contra FC Barcelona (de Cruyff) e o AC Milan (de Fábio Capello). Um feito com a cara do futebol brasileiro, alegre, irreverente, muitas vezes "debochado". E nesse final de semana, o Fluminense FC sagrasse campeão da Copa Libertadores da América com uma campanha maiúscula (vence o River Plate no Rio de Janeiro por 5 X 1 na fase de grupos, elimina o Internacional em Porto Alegre na semifinal e supera o Boca Jrs na grande final), com os mesmos quesitos, futebol alegre, extrovertido, irreverente, com jogadores sem guardar posição e muita movimentação no momento ofensivo. 

O Fluminense pratica um futebol assimétrico, muito diferente do praticado pela maioria (ou quase totalidade dos clubes nacionais e muito difícil de se marcar), com trocas de passes curtos e envolventes, os zagueiros conduzem para atrair os adversários e depois realizar o passe e seguem se movendo para o ataque. Os jogadores no ataque buscam as "tabelas" (triangulações) pelas laterais, acúmulo de jogadores no setor da bola, para no momento exato mudar o corredor (primeiro gol da final). 

Para nós (podemos estar equivocados) mas, essa conquista do Fluminense FC é o ponto de mutação para o retorno às origens do futebol brasileiro. Que vem a muitos anos buscando essa "europeização" e perdendo a sua identidade futebolística para adotar formas de jogar que não condizem com a nossa forma de pensar e ser (brasileiros miscigenados, alegres, festivos, irreverentes, ...). Não que a vitória seja um indicativo de sucesso, só por estar entre as duas equipes finalistas já nos mostra que o processo foi bem sucedido, mas na nossa cultura sabemos que, uma conquista desse calibre coloca uma lupa nessa equipe e sua forma de jogar e pode encorajar muitas pessoas do futebol a seguir esse exemplo de jogar e viver!

Enfim, o tempo é o senhor da razão. Ele mostra que a palavra mágica da vida está guardada no fundo de cada coração ... Como um enigma, para saber qual é esta palavra, será preciso conhecer o significado de outras, como a paciência, a esperança, o perdão a compreensão, espontaneidade, a ... (ISAIAS RIBEIRO).

Obrigado Fernando Diniz e Eduardo Barros por resgatarem a nossa essência de jogar futebol no mais alto nível!

Boa semana!