Particularmente, sempre busco criar ambientes de aprendizagem nas minhas aulas/treinamentos. Contrariamente a proposta feita por outras metodologias de trabalho que baseiam a tomada de decisões em processos meramente cognitivos, independentes do entorno em que estas acontecem, eu procurar buscar uma transferência para o ambiente competitivo mediante a inferência dos processos cognitivos previamente estimulados. Destarte, ao entender que a ação do aprendiz/esportista modificará a informação presente no entorno, e será esta informação a que guia o aprendiz/esportista em suas decisões e ações, entendemos que os processos de decisão e ação são interdependentes, formando um ciclo de retro-alimentação constante entre os processos de percepção e de ação.
Destarte, resulta difícil definir uma hierarquia entre decisão e ação. Uma ação é uma interação funcional entre o aprendiz/esportista (no caso do futebol jogador) e seu entorno com um determinado propósito e uma decisão esta condicionada pelo entorno (o que pode ser feito) em função das capacidades de ação do aprendiz/esportista, sendo um processo emergente, fruto da estratégia ativa em busca de soluções caracterizada por sequências espaço-temporais em relação entre o aprendiz/esportista e o entorno. Por isso é importante insistir na incoerência de dividir os processos de decisão (tática) e os processos de ação (técnica/condição física) no processo de treinamento, como assim nos corrobora a neurociência.