Abordagem de Ensino Baseada no Jogo

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

MÉTODO INTEGRADO

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Prosseguindo com a série de posts sobre os métodos mais utilizados no treinamento em futebol, relataremos agora o Método Integrado ou Treino Integrado.
 
Segundo Filipe Martins (2003 apud Gomes, 2006) contrariando este caráter analítico, surge nos países Latino-Americanos uma tendência designada de "Treino Integrado" onde os aspectos "físicos", técnicos e táticos são desenvolvidos conjuntamente. Deste modo, procura promover uma maior semelhança com as exigências da competição conferindo uma grande importância ao jogo e à sua especificidade. Contudo, esta concepção não deixa ser abstrata uma vez que se refere a um jogo geral a patir do qual se faz a estruturação do processo de treino.
 
Dentro desta concepção de treino, percebo que a principal preocupação é a utilização de exrcícios com bola, mas, estes exercícios, são única e exclusivamente preparados com a intenção de trabalhar certas valências físicas como: resistência, força, velocidade, entre outras.

  
No exercício colocado acima, temos um exemplo de treino integrado, referente a condução de bola, mas a principal intenção desse trabalho é a melhora da resistência dos jogodores. O exercício consiste em conduzir a bola entre os cones em velocidade, num primeiro momento sempre em direção ao cone central e virar sempre para a esquerda. Do centro para fora, de fora para o centro, até chegar no local de início. Pode-se realizar várias formas, como, realizar o "8" nos cones do centro e de fora, realizar uma perseguição, dois jogadores um atrás do outro conduzindo bola, sendo que, o primeiro não pode deixar o de trás ultrapassá-lo durante o trajeto, entre outras.
 
 
Neste vídeos, podemos observar um outro exemplo de trabalho, também considerado integrado de construção de jogadas e finalização, onde pode ser observado o trabalho das valências físicas de velocidade e de força.
 
Essa é uma metodologia bastante difundida e utilizada aqui no Brasil, mas, ela ainda não transcende para uma forma mais complexa de operacionalização do processo de treinamento em futebol. Isso remonta que, para uma forma mais complexa de operacionalização do processo ensino-aprendizagem-treinamento (EAT) no futebol, a comissão técnica necessita estar em perfeita sintonia e ter um Modelo de Jogo perspectivado. Mas esse é um assunto para o próximo post.

Referência

GOMES, M. S. Do Pé como Técnica ao Pensamento Técnico dos Pés Dentro da Caixa Preta da Periodização Táctica - um estudo de caso- Porto, 2006.
 
   


segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

MÉTODOS COMUMENTE UTILIZADOS NO TREINAMENTO EM FUTEBOL

 
O método de preparação desportiva está diretamente ligado ao objetivo pretendido, o qual representa um sistema estável de ações consecutivas direcionadas para a solução de tarefas programadas anteriormente (Gomes, 2009). Mas, em se tratando de futebol, o processo de preparação de equipes envolve um conjunto de procedimentos e decisões que resulta da forma como se vê o jogo e o processo de ensino-aprendizado-treinamento (EAT).
 
Segundo Filipe Martins (2003 apud Gomes, 2006) existem várias tendências de treino em futebol:
 A originária do Leste da Europa (LE), caracteriza-se pela divisão da temporada em [períodos], estruturados para atingir picos de forma em determinados momentos competitivos. Para além disso, este método de preparação confere primazia à variável física, assente numa preparação geral e sem qualquer ligação com a forma de jogar. Sendo assim, preconiza um processo abstrato centrado nos fatores da carga física, através de métodos analíticos.
 
Segundo Gomes (2009), o método de ensino dividido (analítico-sintético) representa a divisão da atividade motora (AM) em elementos ou em fases relativamente independentes, que podem ser aprendidos de modo autônomo, com sua posterior ligação globalizada. O autor segue relatando que, a possibilidade de concentrar a atenção dos atletas de modo mais completo, na fase destacada, e seu aperfeiçoamento mais detalhado, constitui o seu aspecto positivo. Durante o trabalho com os componentes da técnica, excluise a execução repetida das partes e das fases ainda não assimiladas. A execução das partes isoladas é menos cansativa do que a execução da ação integral. Por conseguinte, é possível o aumento do número de repetições de elementos em ação. Mas, em contrapartida, o autor nos releva que, uma das deficiências consideráveis desse método é que ele não deve ser aplicado nos casos em que a AM não possa ser dividida (ex.: nos saltos na ginástica, no chute na bola) ou não possa ser dividida sem considerável desfigurações das partes destacadas.
 
Observando esses relatos, uma pergunta surge: Por que essa metodologia é tão utilizado nos treinamentos de futebol?
 
Sabemos que o futebol é um jogo desportivo coletivo de invasão de ordem essencialmente tática. Onde, a sua complexidade ainda é menosprezada por muitos profissionais que atuam no seu ensino. A grande utilização desse método de treinamento, ao que nos parece, deve ser devido a uma questão de ensinar o gesto motor perfeito. Utilizando parâmetros biomecânicos para a sua aprendizagem. Desta forma pergunto: será que Cristiano Ronaldo treinou o chute de calcanhar dentro do método analítico? 
 
 
No processo ensino-aprendizagem-treinamento (EAT) do futebol devemos sempre oportunizar a tomada de decisão dentro das sessões de treinamento. Pois, se esse não for o foco das sessões, obteremos jogadores com pouca propriedade de realizar essas tarefas tão comuns no jogo de futebol atual e, consequentemente, teremos cada vez menos jogadores com poder de decisão própria no futebol.
 
O aqui agora do jogo é único. E cada jogador deve ter clareza do que realizar nos momentos do jogo em prol do bem coletivo da equipe.
 
Referências
 
GOMES, A. C. Treinamento Desportivo: estruturação e periodização. 2 ed. Porto Alegre: Artmed, 2009.
 
GOMES, M. S. Do Pé como Técnica ao Pensamento Técnico dos Pés Dentro da Caixa Preta da Periodização Táctica - um estudo de caso- Porto, 2006.
 
  

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

MODELOS DE METODOLOGIAS APLICADAS AO FUTEBOL - INTRODUÇÃO

 
Chegamos ao ano de 2013. Desde que o futebol foi oficialmente codificado em dezembro de 1863, a partir de nove regras estabelecidas por Cambridge (Scaglia, 1999) que estamos ouvindo, lendo, discutindo e aplicando métodos para melhorar a forma de ensino-aprendizado-treinamento (EAT) do futebol.  
 
Essa semana, não por a caso, pois estamos no início da temporada do futebol aqui no Brasil, já li duas discussões referentes a esse tema sobre a preparação de equipes de futebol. Uma colocada pelo professor Michel Huff, preparador físico do F.C. Metalist da Ucrânia, que desde o primeiro dia de treinamento está trabalhando com bola dentro do modelo de jogo da equipe  http://football.ua/ukraine/news/190469.html. E, o outro profissional, é o professor Eduardo Barros, auxiliar técnico do Grêmio Novo Horizontino http://tecnicoeduardobarros.wordpress.com/tag/metodologia-de-treinamento/.
 
Tendo o futebol 150 de história, ainda estamos discutindo qual a melhor maneira de trabalhá-lo, de uma forma que a relação EAT seja otimizada conforme a demanda de seus calendários. Mas, como nos é sabido, o treinamento desportivo é antigo, remonta do período pré-histórico, onde o homem objetivava apenas e tão somente a sua sobrivevência cotidiana em relação aos animais predadores, bem como os de sua própria espécie, através de um excepcional condicionamento físico adquirido no cotiadiano. Posteriormente com a evolução do homem, principalmente na Grécia e Roma antiga, estas prátricas apesar de muito diferirem das linhas gerais seguidas no treinamento desportivo atual, passaram a obedecer a um senso lógico, buscando além de estética corpórea, também a preparação para as guerras, bem como para outras competições desportivas menos importantes que os Jogos Olímpicos, como os Jogos Augustos e os Jogos Capitolinos (Almeida, Almeida & Gomes, s/d).  
 
Esse relato histórico nos é elucidado para que, possamos entender que esses métodos e  periodizações de treinamento, que evoluíram com o passar dos tempos e encorporados nas modalidades coletivas, veem  de uma criação única e exclusiva das modalidades individuais.  
 
Hoje encontramos diversas metodologias de treinamento aplicadas ao futebol, como:
  • Método Analítico;
  • Método Integrado; e
  • Método Sistêmico.

Além de alguns modelos de periodizações aplicadas ao futebol, como:
  • Modelos Tradicionais (Sistema Matveev, Sinos Estruturais [De La Rosa] e Modelo Bompa);
  • Modelos Contemporâneos (Sistema de Treinamentos em Blocos [Verkhoshanski] e Modelo de Cargas Seletivas [Antônio Carlos Gomes]).
  • Modelo para o Futebol (Periodização Tática [Vítor Frade]).
Com essa pequena introdução, começarei uma pequena série de postagens tentando explanar um pouco de cada modelo metodológico utilizado no futebol. Está série de postagens não terá como intuito criticar nenhuma metodologia ou periodização, mas, tentar fazer uma aproximação com a realidade imposta pela modalidade futebol.  
 
Referências
 
ALMEIDA, H. F. de; ALMEIDA, D. C. M. de; GOMES, A. C. Uma ótica Evolutiva do Treinamento Desportivo Através da História. Revista Treinamento Desportivo, s/d.
 
SCAGLIA, A. J. O futebol que se aprende e o futebol que se ensina. Campinas, SP: [s.n.], 1999.