Dinamizar o jogo de futebol poderia ser uma forma de torná-lo mais atraente, diminuir o número de jogadores do elenco, diminuir o número de lesões e amenizar as insatisfações por parte de alguns jogadores que não são tão utilizados durante a temporada que é muito longa.
O terreno, o tempo de jogo, o espaço e o número de jogadores são componentes estruturais que estabelecem conexões com o comportamento motor dos futebolistas e determinam a dinâmica funcional das modalidades de desporto coletivo. O futebol é uma modalidade com características de cooperação e oposição, regulada por 17 regras e disputada entre duas equipes, compostas por 11 jogadores cada. A duração do jogo abrange dois tempos de 45', com intervalo de 15', totalizando 90'. na prática, o tempo de jogo é de, em média, 60' (CARRAVETTA, 2009, p. 17).
Segundo Garganta (2002, p. 4) quanto maior for o espaço de jogo mais elevada terá de ser a capacidade para cobrir, mental e fisicamente. Sabe-se que um campo de futebol é um espaço muito grande, correspondendo aproximadamente à superfície de 10 quadras de handebol, 20 quadras de basquetebol e 50 quadras de voleibol (observar a figura). Num retângulo de jogo com área média de 7.500 m², onde 20 jogadores jogam com os pés, e, apenas dois com as mãos (goleiros), em espaço limitado, e a regra do impedimento disciplinando muitas ações, a riqueza de detalhes táticos só poderia ser infinita (DRUBSCKY, 2003, p. 108).
Nos primeiros 30' (tempo de jogo: 1/3), as exigências aos esforços são de média intensidade, e podem ser muito bem controladas. Já nos 15' que antecedem o intervalo, as exigências se tornam de elevada intensidade. A pausa de 15' acelera a recuperação, de modo a facilitar a tolerância aos esforços nos primeiros 15' do segundo tempo de jogo (2/3 do tempo de jogo). Nos últimos 30' de partida, as exigências são mais intensas e o desgaste físico é culminante (3/3 do tempo de jogo). Sendo as dimensões do campo de jogo em formato retangular, com no máximo 120 metros e no mínimo 90 metros de comprimento, por uma largura máxima de 90 metros e mínima de 45 metros. Em partidas internacionais, essas medidas mudam para 110/100 metros de comprimento e 75/64 metros de largura. As expressivas variações nas dimensões dos campos de futebol acentuam as diferenças na conduta motora dos futebolistas. Tal fato pressupõe um elevado nível de desenvolvimento da percepção espacial e do controle motor por parte dofutebolista. As oscilações nas dimensões do campo de jogo, combinadas com as mudanças de piso (tipos de grama, densidade do solo, nivelamento do terreno), exigem do jogador um alto nível de atenção, concentração, controle motor e percepção, sobretudo no que se refere aos parâmetros temporais, espaciais, cinestésicos e de força, durante a movimentação em campo (CARRAVETTA, 2009, p. 17-18).
Outro fator que interfere nas ações das equipes de futebol é a expulsão. Como se sabe, o jogador expulso não pode ser substituído, o que obriga a equipe a jogar em inferioridade numérica: terá de defender em espaços mais amplos e atacar em espaços mais reduzidos. Segundo evidências, o futebol, comparado a outras modalidades de jogos desportivos coletivos, apresenta diferenças que provocam grandes instabilidades nas ações técnico-táticas, individuais e coletivas. Em outras modalidades do desportovcoletivo, os jogadores excluídos ou desqualificados são substituídos, o piso apresenta maior regularidade, as condições climáticas pouco interferem, e os espaços de jogo são semelhantes. No handebol, por exemplo, o espaço ocupado por cada jogador é de 57 m²; no futsal, oscila entre 37,5m² e 92,4 m²; no voleibol, 13,5m²; no basquetebol, a diferença pode ser ainda menor e, variar entre 5,6 m². Agora vejamos o futebol: o terreno de jogo apresenta uma ampla variação, e o espaço ocupado por cada jogador pode oscilar entre 171 m² e 375 m² (CARRAVETTA, 2009, p. 19).
Após levantarmos essas evidências, pergunto: por que no futebol as substituições são limitadas a três jogadores?
Sendo que, os outros jogos desporto coletivos são volantes, o número de jogadores é menor e o terreno de jogo é bem inferior ao do futebol.
Pensemos no ambiente de um clube de futebol que, possui em seu elenco 27 jogadores, desses apenas 18 são relacionados para as partidas (11 + 7) e destes 7, o treinador só pode utilizar 3 durante a partida. Ficando sem jogar o jogador pode minar o ambiente do clube. Ex.: o jogador Breno (zagueiro ex- São Paulo Futebol Clube) esta há 3 anos no Bayer de Münichen e só jogou 15 partidas (em nenhuma jogou os 90') e tempos atrás criou certas confusões, que se estivesse jogando poderiam ser evitadas devido a motivação de fazer parte do time.
Se houvessem mais substituições ou o jogador que saiu pudesse voltar (como nos outros desportos coletivos) o jogo ficaria mais dinâmico, intenso e frequente. Pois segundo Garganta (2002, p. 5) no handebol o jogador consegue fazer um gol a cada 2'; no basquetebol e voleibol consegue-se concretizar pontos a cada minuto. As ações de ataque e êxitos quantificáveis é aproximadamente nestas modalidades é de 2 para 1, enquantono futebol é apenas de 50 para 1. Novos mercados poderiam se abrir para o futebol se houvesse mais gols em suas partidas, pois ninguém gosta de assistir um 0 a 0 após 90'.
Outro fator importante seria de, aumentar a vida útil dos jogadores e não prejudicar ("queimar") novas promessas (revelações dos clubes) que muitas vezes são lançados nos grupos principais, mas ainda não tem essa maturidade para suportar as pressões que o jogo de futebol profissional exige.
Fica aqui o recado para um possível dinamismo do futebol, mas claro, que isso ficará a cargo da International Football Association Board (IFAB), que é órgão que rege as regras do futebol.
P.S.: no dia 23 de março estarei defendendo a minha Dissertação de Mestrado: Futebol e as Realidades Econômicas Regionais em Santa Catarina: o futebol profissional explicado pelo Desenvolvimento Econômico de suas regiões.
Referências
CARRAVETTA, Elio. O enigma da Preparação Física no Futebol. Porto Alegre, RS: AGE, 2009
DRUBSCKY, Ricardo. O Universo Tático do Futebol: Escola brasileira. Belo Horizonte: Ed. Health, 2003.
GARGANTA, Júlio. Competências no ensino e treino de jovens futebolistas. Revista Digital http://www.efdeportes.com Buenos Aires - Ano 8 nº 45 fevereiro de 2002.
Referências
CARRAVETTA, Elio. O enigma da Preparação Física no Futebol. Porto Alegre, RS: AGE, 2009
DRUBSCKY, Ricardo. O Universo Tático do Futebol: Escola brasileira. Belo Horizonte: Ed. Health, 2003.
GARGANTA, Júlio. Competências no ensino e treino de jovens futebolistas. Revista Digital http://www.efdeportes.com Buenos Aires - Ano 8 nº 45 fevereiro de 2002.
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