Estamos no século XXI, mas muitas pessoas ligadas ou não ao futebol insistem em dizer que o futebol não tem mais no que evoluir. Mas eu discordo! Temos que evoluir mais em nossos treinamentos, principalmente nas categorias de iniciação e formação dos clubes brasileiros. Eu tenho convicção de que em muitas regiões do Brasil, ainda existem treinamentos pautados em linhas condutivistas, aquelas baseadas na simples padronização de comportamentos, na formação de estereótipos e reprodução de métodos.
Precisamos buscar alternativas metodológicas de maior eficácia, como por exemplo, as linhas de treinamento cognitivo-ecológicas. Que tem na sua concepção, mecanismos de integração dos atributos técnicos, táticos, físicos, relacionais, psicológicos e socioculturais. É um modelo distinguido pela prática dos acontecimentos dos jogos semiestruturados, de modo a abranger comportamentos individuais e coletivos. Na rotina do treinamento, são estimuladas as simulações do jogo, as fintas, os dribles, a tomada de decisões, o improviso e os recursos conscientes.
Este modelo, tal como se propõe, promove as relações entre aprendizagem e controle motor, as expressões técnicas que intregam a estrutura específica do jogo e as situações de oposição e cooperação. O treinamento de pequenos jogos, em espaço reduzido (com ou sem a presença do elemento tático), possibilita o aprendizado das ações específicas do jogo sob a pressão permanente do opositor. Na organização prática dos exercícios, estão presentes a variabilidade das ações, o treinamento visual e os processos de tomada de decisões.
A compreensão do jogo, a eficácia do rendimento competitivo, a melhoria da percepção, o discernimento da utilidade e o estreitamento das relações dos jogadores de futebol com o ambiente, tudo isso está contemplado nesta dimensão cognitivo-ecológica.
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