Abordagem de Ensino Baseada no Jogo

domingo, 14 de outubro de 2012

ATAQUE RÁPIDO e CONTRA-ATAQUE

 
 
No post de hoje vou relatar o Ataque Rápido e o Contra-Ataque. Qual será a diferença entre esses dois tipos de atque em futebol?
 
Ataque Rápido: se caracteriza pela progressão rápida no campo de jogo, rumo a baliza adversária,onde os passes verticais são predominantes, quando a equipe adversária já atingiu organização defensiva (numérica ou geométrica [estrutura]).
 
Contra-Ataque: é um tipo de dinâmica ofensiva, que se caracteriza pela imediata progressão a baliza adversária através de movimentação em velocidade de um ou mais jogadores no campo de ataque, após a interrupção do ataque adversário com passe longo ou lançamento orirundo do setor de defesa, para surpreender a organização defensiva que se encontra em desequilíbrio. 

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

TIPOS DE ATAQUE NO FUTEBOL: Ataque Posicional

 
 

No Futebol, alguns autores, especialistas e técnicos (principalmente os europeus) conceituam três tipos de ataques possíveis em uma partida de futebol:
  1. Ataque Posicional;
  2. Ataque Rápido; e
  3. Contra-Ataque.
Ataque Posicional: é um tipo de dinâmica ofensiva em que busca primeiro, um melhor posicionamento e distribuição geométrica em campo, onde a posse de bola através dos passes horizontais (para o lado) acaba sendo parte importante da estratégia do jogo (Organização Ofensiva), para então, efetivamente construir situações que possibilitem chegar a meta adversária de forma coletiva e com o intuíto de desorganizar a defesa adversária através da circulação da bola.  

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

COMO TREINAR AS TRANSIÇÕES OFENSIVAS RÁPIDAS

 
 
Como treinar as Transições Ofensivas Rápidas (contra-ataques), esse é um momento do jogo que muitos pensam ser de inferioridade da Organização Defensiva e Superioridade da Organização Ofensiva. Fernandes (2008) publica um estudo que mostra a verdadeira situação do Contra-Ataque, e por mais estranho que possa parecer a conclusão e de que as situações de 2 (atacantes) X 3 (defensores) é a mais comum.
 
 

http://www.unip.br/comunicacao/publicacoes/ics/edicoes/2008/04_out_dez/V26_N4_p392-396.pdf  Link para acessar o artigo na íntegra.


Ciente disso, não é mais admissível situações em treinamentos de futebol que contemplem a superioridade numérica da Organização Ofensiva sobre a Organização Defensiva, pois segundo Fernandes (2008), isso é raro acontecer. No máximo podemos utilizar uma situação de igualdade numérica.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

PACIÊNCIA PARA DESORGANIZAR A DEFESA ADVERSÁRIA

 
O FC Barcelona jogou a primeira partida da fase de grupos da UCL contra o Spartak Moscou e venceu por 3 X 2 no Camp Nou. A grande dificuldade da equipe catalã, foi transpor a barreira montada há frente da área penal pela equipe russa (na figura acima podemos observar 9 jogadores atrás da linha da bola).
 
Mas, a equipe catalã tem a sua principal virtude que é a paciência e a posse de bola no ataque posicional, onde, troca passes curtos e a bola transita por todas as faixas do campo (direita, centro e esquerda) com tamanha facilidade, que para alguns parece fácil jogar futebol. Os seus jogadores estão sempre no limite da regra 11 do futebol (impedimento) para poderem ser lançados num momento de vacilo da defesa contrária. Essa virtude faz falta para nós latinos americanos, que sempre estamos com pressa para tudo, até para fazer o gol.   


domingo, 30 de setembro de 2012

FORMAÇÃO NO FUTEBOL BRASILEIRO E IDENTIDADE DE FUTEBOL

 
Muito se ouve sobre a formação no futebol e identidade de futebol. A formação nos clubes brasileiros ainda é pautada na forma física (estatura e força física), privilegiando jogadores maturados e deixando de lado os jogadores franzinos, mas com entendimento de JOGO! Isso me faz lembrar de um questionamento que sempre esteve presente na formação: na formação é importante ganhar ou formar? As preocupações são sempre em ganhar campeonatos. Mas, se trabalharmos de forma coerente (com critérios qualitativos) e dentro dos princípios táticos do futebol, teremos um plantel competitivo (sempre chegando nas competições) e jogadores sendo aproveitados nas categorias superiores até o profissional.
 
Outra questão que atrapalha a formação de jogadores de futebol, para mim é, a pressa. O que alguns estudiosos vem chamando de "oitavo pecado capital". Onde percebemos que treinador nenhum têm tempo para analisar e perceber quais as principais dificuldades quanto ao entendimento do JOGO de uma forma qualitativa. O que o treinador Eduardo Barros denominou de Currículo de Treinamento. Eu possuo um Instrumento Metodológico para a Formação (IMF), baseado na ideia do treinador Eduardo Barros, mas adaptado para a minha realidade. Este IMF nada mais é que, ter disposto em uma tabela tudo aquilo que eu pretendo que os meus jogadores desempenhem quando jogam futebol e, quando estes dominam bem esse conteúdo, não preciso dar tanta ênfase nele. Um exemplo seria, o Estratégico-Tático, como estratégias ofensivas e defensivas, nas ofensivas seria os tipos de ataque:
  •  Ataque Rápido;
  • Ataque Posicional; e
  • Contra-ataque.
Desta forma consigo perceber se os treinamentos estão auxiliando o desenvolvimento dos jogadores, dentro do Modelo Jogo Perspectivado. E também possibilitando a tomada de decisão nos jogadores, pois eles terão que escolher qual a forma de atacar dentro da partida a partir das situações que surjam no jogo.

Quanto a identidade de futebol no Brasil, percebo que os clubes não tem um forma de jogar (um Modelo de Jogo) jogam conforme o adversário, mudam de estrutura tática a cada semana, treinadores forasteiros que ditam como o clube deve jogar, assim, isso também prejudica a formação, pois o clube não tem definido uma identidade de jogar futebol, muda conforme o seu comandante bem quer. Isso, não é bem visto em outros clubes pelo mundo afora, sabemos de casos, que o treinador tem que se adaptar a maneira do clube de jogar, o FC Barcelona é um destes casos. Desta forma, o treinador da formação não sabe como deve atuar, pois o clube não tem definido de que forma se deve planejar a formação dos atletas, e pior, nem a equipe principal não sabe se ataca em zona com Estrutura Fixa, em zona com Estrutura Móvel, Ataque Rápido, Ataque Posicional ou Contra-ataque. E assim vamos observando os europeus dominarem as principais competições de futebol do globo.  



sábado, 18 de agosto de 2012

REFLEXÕES PARA A COMPREENSÃO DE METODOLOGIAS DE TREINAMENTO EM FUTEBOL



Lendo o livro "Periodização Tática: o futebol-arte alicerçado em critérios" do professor Bruno Pivetti, me deparei com algumas indagações que percebo não ficarem claras para alguns profissionais do futebol referente a essa metodologia: 
  • Como poderemos querer que a grande maioria dos profissionais do futebol compreendam essa metodologia, se, há maioria dos treinadores principais do futebol brasileiro não possui um curso superior;  
  • E mesmo se possuíssem, qual IES trabalha com essa metodologia de treinamento em futebol no país com clareza?
  • Será que temos leituras suficientes sobre temas como, Visão Sistêmica, Teoria do Caos, Modelo de Jogo, Fatores Neurobiológicos da Tomada de Decisão e Neurociências aplicadas ao futebol? 
Para mim não há dúvidas, para que possamos melhorar a nossa maneira de treinar futebol, precisamos que essas indagações sejam sanadas, para após, criarmos um ambiente de discussão sobre esse tema tão complexo e apaixonante, mas tão marginalizado e tratado as vezes com superficialidade. Para os meus alunos da cadeira de Esportes Coletivos II, estou tentando convencê-los da importância da leitura sobre esses temas para que possamos alcançar patamares maiores referentes ao processo ensino-aprendizagem-treinamento no futebol.  

 

quarta-feira, 4 de julho de 2012

MÍSTICA DA CAMISA 10 E A ESTAGNAÇÃO DO FUTEBOL BRASILEIRO


O Brasil está na rota dos dois maiores eventos do futebol mundial, Copa das Confederações (2013) e Copa do Mundo FIFA (2014). Observando os jogos do Campeonato Brasileiro, Séries A e B, percebo uma estagnação. A maioria dos nossos clubes não tem um projeto quanto a cultura tática das suas equipes. Salvo raras as exceções, em clubes onde o treinador permanece há mais de uma temporada, encontamos uma forma de jogar nos diferentes momentos do jogo definida.

Talvez isso, possa explicar a evolução no futebol de países e clubes estrangeiros, caso da Espanha, por exemplo. Onde existe um projeto a longo prazo da maneira de como jogar.

Essa estagnação dos clubes brasileiros, parece estar vinculada há duas questões:
  •  Há carência em formar camisas 10 como acontecia antigamente (o Botafogo contrata Seedorf, Cruzeiro tem Montillo);
  • Há questões imediatistas. Onde o que importa é vencer o jogo mais próximo.
Lembrando que o Futebol é um Jogo Desportivo Coletivo (JDC) de essência tática, onde duas equipes realizam um jogo de cooperação entre os seus e oposição aos contrários. Percebo uma enorme preocupação dos clubes brasileiros sempre com as capacidades físicas, com contratações de muitos preparadores físicos (que são os graduados) (no II Seminário de Futebol no Grêmio FBPA em agosto de 2011, o Professor João Paulo Medina relatou que no S.C. Corinthians Paulista existem em todas as categorias 11 preparadores físicos) e, a questão tática fica muitas vezes por conta dos "achismos", ou, por questões quantitativas, como número de escanteios, posse de bola (sem saber se essa posse é efetiva), número de chutes a gol (sem saber como esse chute aconteceu).

Pela pequena experiência que possuo no futebol, percebo que aqui no Brasil o clube adota o projeto de cultura tática do treinador forasteiro, mesmo sabendo que, daqui há alguns meses ele entrará na "dança dos técnicos" e vai ao mercado contratar o treinador que estará disponível, sem fazer uma análise de perfil, sem saber qual metodologia este treinador aplica nos seus trabalhos diários. Esse novo treinador chegando ao clube, muda todo o projeto, muitas vezes confundindo a cabeça dos jogadores. E o pior, o clube muitas vezes não sabe qual é a sua meta referente a padrão de jogo ou melhor, cultura tática nos diferentes momentos do jogo e nem como formar aqueles camisas 10 que muito nos enchiam aos olhos aos ver jogar.

E isso reflete no selecionado nacional, que no atual ranking da FIFA encontra-se em 11º lugar, atrás de Croácia e Dinamarca. Esse fenômeno que vem acontecendo há anos será difícil desfazer em apenas dois anos.