Abordagem de Ensino Baseada no Jogo

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quinta-feira, 5 de outubro de 2023

O JOGADOR INVENTA E O TREINADOR INOVA


Se aprendi algo é porque gosto de observar

Você já deve ter ouvido que, o jogo de futebol é o confronto de duas ideias de se praticar futebol. Também ouvimos quase que diariamente que, fulano (treinador) é retranqueiro já, sicrano (treinador) é ofensivo. Gostamos de rotular as coisas (equipes, treinadores, jogadores, etc.).

O jogo de futebol para ser didaticamente melhor compreendido é dividido (fragmentado) em quatro fases: Fase Ofensiva; Transição Defensiva; Fase Defensiva e Transição Ofensiva. Porém, já é de conhecimento de todos os leitores que acompanham os conteúdos aqui publicados, preferimos tratar o jogo de futebol como um jogo de fluxo (de forma integral e dinâmica) entre espaço, tempo e interações.

Desta forma, pergunto, o conhecimento dos treinadores em futebol é tácito ou explícito?

Sobre esse tema já havia escrito dez anos atrás, segue o link para aqueles leitores que ficarem curiosos.


Sei que, hoje essa escola de treinadores já se atualizou/aperfeiçoou, que a CBF criou um glossário do futebol, mas o futebol é diferente do basquete nesse sentido. Pois no basquete, o conhecimento se origina na NBA e todos empregam a mesma terminologia, mas no futebol isso é totalmente diferente. Por diversas formas, sejam elas culturais, sociais, ideológicas, etc.

Juanma Lillo disse certa vez, "não é verdade que existem bons e maus treinadores. O que há são treinadores valentes e outros que não o são."

No Brasil, na minha opinião isso se encaixa muito bem nas equipes treinadas por Fernando Diniz e Eduardo Barros. Ontem, tivemos mais um capítulo de semifinal da Copa Libertadores onde essa valentia aflorou novamente (não estou falando apenas pelo resultado), onde a busca pelo jogo com base nos passes (os passes conectam, o chutão afasta) e progressão em campo (que é a marca dessa dupla) se manteve durante toda a disputa da semifinal. Logicamente que, nas categorias de base também temos inúmeros exemplos de treinadores valentes (alguns irão dizer, claro na base não tem tanta pressão de jogar assim), onde o "devolver o jogo ao jogador" é melhor forma de desfrutar do caminho. 

Assim, o jogador inventa e o treinador inova (reutiliza recursos em novas situações). Com coragem e valentia é muito melhor!

O jogo imita a vida, e como disse Azkargorta joga-se como vive-se.

Boa semana!

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

COMPLEXIDADE, PREPARAÇÃO FÍSICA E FUTEBOL


"A totalidade da ciência não é mais que um refinamento do pensamento cotidiano."
Albert Einstein, 1950


Estamos observando uma crescente tendência do treinamento de futebol deixar o aporte metodológico baseado no cartesianismo e buscar auxílio nas ciências com cunho sistêmico (complexidade).

Assuntos como, complexidade e preparação física ainda precisam ser melhor discutidos e compreendidos no âmbito do futebol nacional. Pois, em muitos casos (âmbito acadêmico e trabalhos práticos), ainda estamos pensando a preparação física descontextualizada do Modelo de Jogo Adotado e/ou Construído para a equipe.  O que quero dizer com isto? Que temos que introduzir o conceito da condição física da equipe, que é diferente da soma das capacidades físicas dos jogadores que formam à equipe. As ciências da complexidade proporcionam uma versão mais aproximada a realidade do ser humano dentre as demais formas de explicação que se tem utilizado nos últimos tempos. Para Prigogine (1979) temos que entender este novo paradigma como uma "Estrutura Disipativa", organização que interage com outros seres vivos, porque graças há conformação do ser humano, adquire uma diferenciada complexidade de dispor estes em sistemas e subsistemas específicos que lhe proporcionam uma funcionalidade só por ele aumentada. Partindo destas premissas, as intervenções do ser humano durante os jogos e os treinamentos, são entendidas não como ações, mas se transformam em interações, pois tanto o meio como o jogador se modificam durante e depois de cada intercâmbio específico.

Tradicionalmente na preparação física no futebol se tem incluído as magnitudes ou capacidades de força, velocidade e resistência, nomenclaturas que pertencem a física clássica, onde força e a velocidade se contemplam como magnitudes mecânicas, entretanto, curiosamente a resistência poderíamos dizer que é uma magnitude biológica. Como entendemos isso? Porque a força no ser humano é gerada por ele mesmo, com seus músculos transformando sua energia bioquímica em energia mecânica, permitindo-lhe mover seus segmentos do corpo e realizar trocas com o meio através de distintas formas e dimensões, entre elas, movimentos com velocidade e resistência, segundo se comporta a força na duração da tarefa com o tempo. Quanto a velocidade, podemos elucidar outro exemplo, como processo de interação entre o jogador e o meio onde se estabelecem interações Espaço-Tempo-Tarefa para obter um objetivo nos entornos variáveis do jogo que para a sua resolução necessitam de sistemas e subsistemas pertencentes as Estruturas Cognitivas, Emotivo-Volitiva, Coordenativa e Bioenergética de forma preferencial.

Destarte, como posso trabalhar apenas acelerações dos jogadores, sem levar em conta os entornos do jogo e achar que estou fazendo um bom trabalho de preparação física? 

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

ESTUDAR! É PRECISO QUANDO O ASSUNTO É FUTEBOL?


Bom, eu chego a postagem de número 150 no blog. Marca muito importante para mim, pois eu gosto de estudar o futebol e procurar entender (mesmo que minimamente) o que de novo há sobre ele. Mesmo que muitos defendam que "no Futebol não há nada a ser inventado!" Até pode ser, mas, existem muitas coisas que podem ser feitas de outro modo muito mais produtivo. Assino o blog desde fevereiro de 2010, hoje são 150 postagens e 60.669 visualizações de página. E tudo isso por que? Essas 60 mil visualizações querem nos dizer o que?

Percebo que, nos tempos atuais existe uma grande rede de pessoas que tem o mesmo objetivo, olhar e compreender o futebol por um outro prisma. E esse prisma necessita de um estudo prévio. Necessitamos de um arcabouço teórico, e isso hoje é possível graças as tecnologias que nos auxiliam para buscar o conhecimento das mesmas, blogs, grupos de estudos virtuais, conversas via facebook, dentre outras.

Mas, como nem tudo é tão fácil quanto parece, como vocês podem observar na foto acima, a maioria (70%) dos livros que me possibilitam estudar o Futebol por outro prisma é de fora do país. Eu gostaria de agradecer publicamente a essas pessoas que me oportunizam ter essas leituras: ao meu grande amigo Professor Michel Huff (preparador físico diferenciado do FC Metalist Kharkiv da Ucrânia) com o qual iniciei essas leituras e observei o trabalho prático. Ao meu grande amigo Silvio Costa Sampaio (o qual está terminando o seu Doutoramento em Portugal mais especificamente em Porto) e através de outro amigo (irmão) Marco Ricardo Wagner (Rick) que encaminha os pedidos, posso ter leituras diferenciadas sobre futebol. Ao grande ícone da Periodização Tática, o Professor Jorge Maciel (que muito gentilmente me encaminhou um exemplar da obra Periodización Táctica VS Periodización Táctica). Este blog só existe graças a vocês e quem o assina é muito grato a todos!

Respondendo as questões levantadas no primeiro parágrafo: temos 60 mil acessos porque existem pessoas que gostam de estudar o futebol também (muito obrigado). E temos 150 postagens porque temos leituras de qualidade que nos auxiliam para tal.

Enfim, o ano de 2013 está terminando, sou muito grato a todos que acessam e/ou acessaram esse humilde veículo de comunicação sobre o Futebol. Que 2014 seja repleto de realizações a todos!

Sim. Estudar é preciso quando o assunto é Futebol! Concordo que a prática é importante, mas, não sem a teoria que o deve fundamentar!

Bons estudos e um feliz 2014 a todos!