Abordagem de Ensino Baseada no Jogo

domingo, 12 de julho de 2015

CRISE NO FUTEBOL NACIONAL E A FORMAÇÃO - PARTE I


O futebol nacional está em crise? Existe relação desta crise com as categorias de formação? Estes serão temas abordados nesta série de posts que irei começar neste humilde espaço de discussão sobre futebol.

O Brasil se autodenomina o "País do Futebol" e os números podem dar indícios disso, pois, segundo o Portal 2014 o Brasil possui 29.208 clubes, 783 clubes profissionais com 2,1 milhões de jogadores registrados e 11,2 milhões não registrados. Campeonatos estaduais 27; divisões A, B, C e D; jogos profissionais 5 mil ao ano; Dos clubes profissionais, a situação é a seguinte por Regiões:

  • Região Sudeste com 235 clubes, equivalente a 30%
  • Região Nordeste com 227 clubes, equivalente a 29%
  • Região Centro-Oeste com 143 clubes, equivalente a 18,3%
  • Região Sul com 98 clubes, equivalente a 12,5%
  • Região Norte com 80 clubes, equivalente a 10,2%
Mas, a pergunta que deve ser feita é, essa quantidade reflete qualidade? Esses 29.208 clubes, qual são as suas preocupações atuais na implementação de um modelo de formação e iniciação, com programas, meios e métodos de treinamentos adequados?

No livro "Herr Pep" de Marti Perarnau, há no Momento 9, um relato de como Pep Guardiola pretende incorporar os seus trabalhos em clube que ganhou tudo na temporada anterior. Ele se refere ao "Idioma" diferente, e este, não é o falado alemão, mas sim, o de comportamento de jogo: pressão ao portador da bola; o homem livre; o terceiro homem e a profundidade; mover o rival para encontrar espaço; defesa, não marcar o homem, mas o espaço. Após, isso surge uma comparação com o FC Barcelona, onde há relatos de que, falar isso para, Xavi, Iniesta, Pedro, Busquets, Messi, que vem falando esse "Idioma" de futebol há vinte anos é uma situação. E quando chegam a equipe principal se joga da mesma forma que na base. Agora, tentar trocar esse "Idioma" de futebol na Alemanha, no seu maior clube, é outra história.

O que quero dizer com isto, que existe clubes, treinadores, dirigentes mundo a fora que pensam o futebol de uma forma diferente, mas, bem diferente do aqui em terras tupiniquins. 

Qual clube nacional tem uma convicção tática (comportamentos de jogo) desde as categorias de formação? Qual clube nacional deixa o seu treinador trabalhar e desenvolver o seu padrão de jogo (e/ou Modelo de Jogo) ou contrata um treinador que esteja alinhavado com a convicção tática do clube? Qual clube nacional está aberto à novas ideias? Essas e muitas outras questões precisamos responder para poder entender e começar a modificar o nosso futebol.