Abordagem de Ensino Baseada no Jogo

domingo, 4 de outubro de 2015

TERRITÓRIO E FUTEBOL: CHAPECÓ NA ROTA DOS TORNEIOS CONTINENTAIS DE FUTEBOL


No início da temporada de futebol 2015 os clubes de Santa Catarina chamaram a atenção por ter quatro equipes disputando a Série A do Brasileiro. No mês de outubro, nos dias 21 (em Buenos Aires) e 28 (em Chapecó) teremos o embate entre River Plate (atual campeão da Copa Libertadores da América) VS Chapecoense, jogo este que será histórico para a região oeste do estado de Santa Catarina, pois novamente atrai os olhares do país e agora do continente para a cidade de Chapecó.

A região oeste catarinense foi a região que se consolidou mais tardiamente no início do século XX com o Acordo de Limites entre Chapecó e Concórdia. A região oeste do estado de Santa Catarina se especializa em produtos de origem agro-alimentar. Para que possamos compreender melhor isso, precisamos voltar no tempo e entender o estado catarinense pela sua ótica econômica. A estrutura da economia catarinense, caracterizada pela diversificação setorial e pela concentração das principais atividades em determinados espaços do território, estabeleceu uma rede urbana baseada em pequenas e médias cidades. Portanto, do ponto de vista econômico destacam-se as cidades de Lages e Caçador, ligadas ao  setor madeireiro; Chapecó e Concórdia, ligadas ao setor agro-alimentar; Itajaí, cidade do principal porto do estado; Blumenau, Joinville, Jaraguá do Sul, Brusque e Criciúma, ligadas às atividades industriais e Florianópolis, a capital administrativa.

                              Complexos da Economia Catarinense


Os clubes de futebol de Santa Catarina e as suas indústrias apresentam um plano de marketing diferente dos outros estados quando o assunto é futebol. Pois se utiliza das empresas regionais, com a sua exposição aliadas aos clubes de futebol do estado ao longo do tempo, para buscar projeção e fortalecimento no mercado local. Melo Neto (2007) define marketing esportivo como “um tipo de marketing promocional”. Ele diferencia o marketing esportivo do marketing publicitário tradicional pelos seguintes motivos: dá chance do consumidor participar ativamente deste mercado; e possibilita uma ótima resposta ao nível de imagem e de vendas, pois atinge o consumidor de forma mais rápida e direta. Mesmo que o consumidor não queira, ele tem contato direto com a marca espantada na camisa do clube que ele é simpatizante.

Também é possível através do esporte a regionalização da mídia e segmentação de mercado. Ao vincular a marca da empresa ao esporte, ela obtém alto poder de penetração na mente do consumidor, pois o momento encontra-se disponível para aquela situação. Uma das vantagens do marketing esportivo é sua capacidade de fixação da marca ou do produto da empresa investidora na mente do consumidor (MELO NETO, 2007). Os torcedores aficionados pelo futebol ou o mercado de simpatizantes de um clube são os potenciais consumidores de um bem (CARDIA, 2004). Para Melo Neto (2007) “a segmentação é a maior vantagem do marketing esportivo”. Os atributos e características do marketing esportivo fazem dele uma ação de baixo custo, de grande eficácia, e o torna indispensável em qualquer plano estratégico de marketing e comunicação para empresas que se destacam pela liderança em seus mercados e pela excelência empresarial (MELO NETO, 2007).

Essa regionalização da mídia através de patrocínios dos produtos regionais nos clubes de futebol de Santa Catarina é evidente. 
               Patrocínio do Frigorífico Aurora na camisa da Chapecoense

A cidade de Chapecó têm uma população estimada em 2015 de, 205.795 pessoas. Fazendo  um paralelo, é a cidade com menor população que detêm um clube na Série A do Campeonato de Futebol e consequentemente, a menor cidade em população que possui um clube disputando  as quartas de final da Copa Sulamericana (do Brasil na história).  

Destarte, isso corrobora que, o esporte influencia no desenvolvimento de um território e uma cidade desenvolvida tende a provocar uma transformação positiva no esporte local. Chapecó é a prova viva disso. 

Referências

 CARDIA, W. Marketing e Patrocínio Esportivo. Porto Alegre: Bookman, 2004.  

 MELO NETO, F. Marketing Esportivo. Rio de Janeiro: Record, 2007.
  



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