Abordagem de Ensino Baseada no Jogo

domingo, 22 de maio de 2011

RELAÇÃO DO PORTADOR DE ALTAS HABILIDADES COM OS POSSÍVEIS TALENTOS NO FUTEBOL



Vivemos num país considerado como o "país do futebol", que participou de todas as copas e é o maior vencedor. Nossos jogadores percorrem o mundo, jogando em todas as ligas e nos maiores clubes. São considerados os melhores.

Mas, para que possamos começar a entender essa nossa superioridade frente aos outros países, já que não temos tantas condições financeiras qauntos eles, temos que ter consciência de um fato que está deixando de ser novidade para muitos: a questão dos Portadores de Altas Habilidades, ou como muitos preferem, os Superdotados. A definição de Superdotados aceita pelo MEC (1995) é a de que:
"são considerados Superdotados todos aqueles que apresentam notável desempenho e/ou elevada potencialidade em qualquer um dos seguintes aspectos, isolados ou combinados:
  • Capacidade Intelectual Geral;
  • Aptidão Acadêmica Específica;
  • Pensamento Criador ou Produtivo;
  • Capacidade de Liderança;
  • Talento Especial para Artes Visuais, Dramáticas e Musicais; e
  • Capacidade Psicomotora".
 Meu foco de estudo é com o tipo psicomotor, que se destaca por apresentar: habilidade e interesse pelas atividades psicomotoras, evidenciando habilidades e desempenho nessa área fora do comum, relativo à velocidade (velocidade de pensamento), agilidade de movimentos, força e resistência, controle e coordenação motora. Todos requisitos indispensáveis para um talento no futebol, além de ter pensamento criador ou produtivo e capacidade de liderança.

Sabemos também que algumas dessas características são de ordem genética. Mas, segundo o grande pesquisador das Altas Habilidades/Superdotação Joseph Renzulli (1976), os comportamentos de Superdotação resultam de um conjunto de três traços:
  • Envolvimento com a tarefa;
  • Criatividade; e
  • Habilidade acima da média.
O Superdotado encontra-se na intersecção dos três traços.


Tendo esses conhecimentos, quem trabalha com treinamento, independentemente de ser com futebol ou não, tem de procurar verificar as aptidões dos jovens nos treinamentos, nos jogos e em exercícios de coordenação complexa.

O futebol é altamente exigente quanto aos níveis de coordenação, destreza e habilidades táticas e técnicas na execução das ações de jogo, sempre acompanhado de grandes doses de precisão e tomada de decisão sob pressão de tempo. A necessidade de velocidade de execução nos leva a dispor na maioria dos gestos de velocidade mental, ou rapidez como elemento imprescindível para a eficácia nas ações individuais e coletivas. Nessas ações, os jogadores com seu rendimento constituem o elemento fundamental da performance da equipe na partida. E jogadores que têm esse diferencial, ou Altas Habilidades/Superdotação, já mostram qualidade muito prematuramente, desde as categorias de formação. São pessoas que estão sempre à frente, lendo as jogadas antes mesmo de elas acontecerem.

Por isso, precisamos que todos os que trabalham com categorias de formação e detecção de novos talentos para o futebol prestem muita atenção nos aspectos motores dos jovens atletas, mas também fiquem atentos para certas situações como:
  •  Poder de persuasão;
  •  Liderança;
  •  Criatividade;
  •  Níveis de desenvolvimento positivo das categorias gerais de personalidade;
  •  Capacidade de jogo e render com o resultado (como condição física, tática/técnica);
  • Motivação; e
  • Capacidade de resolução de problemas.

Tudo isso vai fazer com que continuemos sendo a potência que somos no futebol e tendo ótimos resultados dentro e fora dos gramados.

P.S.: para ser treinador de futebol é necessário ter conhecimentos além dos quesitos específicos do campo.

Referências

Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Especial. Diretrizes gerais para o atendimento educacional aos alunos portadores de altas habilidades/superdotação e talentos. Brasília: MEC/SEESP, 1995a.

RENZULLI, Joseph S. et. al. Scales for rating the behavioral characteristics of superior students. Mansfield Center, Connecticut: Creative Learnning Press, 1976.

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